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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Notícia da TSF


Artista japonês Tatsumi Orimoto promove almoço com mais de 500 avós em Évora

Publicado a 01 ABR 14 às 21:33


O almoço foi promovido por Tatsumi Orimoto, que se tem dedicado às questões do envelhecimento e que convida à reflexão sobre a importância do envelhecimento ativo.
Mais de 500 avós almoçaram esta terça-feira no Convento de São Bento de Cástris, em Évora, numa iniciativa promovida pelo artista japonês Tatsumi Orimoto, que se tem dedicado às questões do envelhecimento.
Integrado na Trienal do Alentejo, este almoço foi o maior que este artista nipónico organizou em vários países e onde sempre convida à reflexão sobre a importância do envelhecimento ativo.
As avós, todas com mais de 60 anos, que estiveram neste almoço preparado pelo chef Pedro Mendes vieram de 20 concelhos de várias partes do Alentejo.  Fim

ALMOÇO DAS 500 AVÓS

O nosso grupo e o japonês

O japonês com o Secretário da Cultura (estava lá a fazer muita falta!!!)

A legião de fotógrafos

Sentadas às mesas e o japonês a fazer a festa!!

A nossa chegada ao Convento

O alvoroço do japonês e nós à espera do almoço!!



Quando fomos convidadas para irmos à Praça da Alegria não sabíamos que tinha relação com o almoço das 500 avós. Quando o João Baião me perguntou sobre este evento eu fiquei um pouco admirada, mas não me desmanchei, nem me mostrei surpreendida com a pergunta.
O dia estava péssimo, muita, mas muita chuva, frio e desconfortável. Estávamos todas geladas. 
Chegadas ao Convento de Cástris esperava-nos o japonês muito eufórico , com uma esquila que chamava toda a gente para a sala. Uma legião de fotógrafos acompanhava o irrequieto artista. Nós lá o seguimos para a sala que nos estava destinada. Começou logo a querer que nós cantássemos e a abraçar toda a gente. Os fotógrafos não paravam de nos fotografar, sobretudo ao japonês.
Estávamos com fome. Sabíamos pelo João Baião que seria arroz de pato. Depois de muito cantarmos e de esperarmos pela sopa, lá apareceu uma sopa de abóbora que todas comemos, pois a fome era muita. Houve um longo período de espera entre o a sopa e o arroz de pato. Apareceram as travessas com o arroz de pato, seco, frio, e sem sabor. Não havia uma salada, um acompanhamento, nada!!!. Na minha mesa, (10 mulheres) a maioria criticou negativamente o arroz de pato, que foi feito por um "chefe!!" . Mais outra longa espera e apareceu a sobremesa, encharcada, um doce conventual, muito bem feita, que veio  atenuar a nossa decepção e a nossa frustração pelo almoço. 
Estávamos geladas. O ambiente não aqueceu. O japonês nunca mais apareceu. Estávamos desejando sair dali. 
Para irmos para o autocarro, apanhámos mais uma molha. Algumas sombrinhas viraram-se e ficaram espalhadas pelo espaço circundante ao Convento. 
Fizemos parte de uma "performance", mas todas estávamos muito decepcionadas e algumas arrependidas por terem saído do conforto da sua casa, para irem comer um sensaborão arroz de pato!!!

ACADEMIA NA PRAÇA DA ALEGRIA

A Academia Sénior de Estremoz, onde dou aulas de Poesia e Conto, convidou-me a mim e à Lúcia Cóias, minha aluna e também professora de bordados na Academia , para falarmos na Praça da Alegria, no dia 1 de Abril , por volta das 12 horas. Fui convidada na véspera, por isso não tive muito tempo para me preparar. Era a primeira vez que ia aparecer na televisão. Não estava nervosa. Os preparativos que antecedem a nossa entrada no programa são muito interessantes. As pessoas com quem contactei são muito simpáticas e profissionais. Não conheço bem o programa, pois muito raramente o vejo, mas os dois entrevistadores são muito simpáticos e colocaram-nos logo muito à vontade. Falámos sobre a Academia e sobre as nossas vidas.  Foi mais uma experiência e uma vivência que me enriqueceram.  Sair do marasmo da vida de reformada tem sido um dos meus grandes objectivos. O feedback dos amigos e familiares também tem sido muito bom para a minha auto-estima e para me sentir "viva" nos dias de hoje.
Valeu a pena.
http://www.rtp.pt/play/p1057/e149232/pracadaalegria-ii/345549
Lúcia, Zuzu, e apresentadores

Lúcia lendo um poema

Assistência - senhoras da Academia Sénior de Estremoz

Lúcia e Zuzu


Lúcia, Zuzu, Tânia Ribas de Oliveira e João Baião

Saco bordado pela Lúcia

Zuzu

A NUVEM





Vi as nuvens no céu
Brancas e a formar castelos
Escrevem no céu uma história
De príncipes lindos e belos

As claras em castelo
Destas nuvens tão artistas
Fazem-nos olhar o céu
E imaginar belas vistas

Vejo histórias de princesas
Naqueles castelos de espuma
Vejo a fada madrinha
Mas eu não tive nenhuma

Também vejo a bruxa má
Montada numa vassoura
Vejo a natureza a chorar
Com umas mágoa duradoura

Também vejo nuvens negras
Espalhadas na minha vida
Tudo por mim tem passado
Mas não me dou por vencida


Quando uma nuvem chora
Chora toda a natureza
Os pássaros choram com frio
Mas para o prado é uma riqueza

Chora, chora, nuvem chora,
Deixa cair tuas mágoas
É com o  que chora a natureza
Que os ribeiros têm água

Água fresca e cristalina
Faz falta à humanidade
Sem ela nada tem vida
E a chuva deixa saudade

Deixa saudade do sol
Que ilumina a natureza
Por muito bela que seja a chuva
O sol é maior beleza

Eglantina, aula de 9 de Abril de 2014



quarta-feira, 12 de março de 2014

EU FUI AO ALENTEJO











Eu fui ao Alentejo
E vi campos amarelos
Tão floridos e tão belos
E vi casas branquinhas
E amendoeiras com florinhas

Eu fui ao Alentejo
E vi rebanhos no seu torpor
Pastando nos campos em flor
E vi o pastor solitário
Pensando no seu pobre salário

Eu fui ao Alentejo
E vi o azul do céu intenso
E vi o campo imenso
E  vi as oliveiras de prata
Noa secura que mata


Eu fui ao Alentejo
E vim feliz e tranquila
E vim contente e apaixonada
E senti o desejo
De te dar um beijo


Zuzu

PINTAR A VIDA


Quem amar a natureza
Dá-lhe o valor que merece
Arte,sentido e beleza,
Numa tela transparece.

Aquela casinha ao fundo,
Naquele lindo recanto,
Cabia lá dentro o mundo
E ali não havia pranto.

Uma trepadeira florida
Nas cores do amor e da esperança!
Como é bom pintar a vida
E assim a paz se alcança

Aquele piso de xisto
Que mãos de artista ali pôs!
E depois de tudo isto, “Que lindo...” dizemos nós!

 Lúcia Cóias

Estremoz, 20/02/2013

quarta-feira, 5 de março de 2014

A VISITA À EXPOSIÇÃO


Fui ao centro cultural
Para ver a exposição
Vi tantos quadros belos
Pintados com perfeição


Vi uma porta pintada
Com cercadura de rosas
Vi paisagens do Alentejo
Bem bonitas e formosas


Aquela rosa amarela
Tão bonita e bem pintada
Deus abençoe a autora
Por ser tão prendada


Mas o quadro das hortenses
Foi para mim o preferido
Todas aquelas cores lindas
Para mim fazem sentido


As hortenses azuis
Vi-as pela vez primeira
Estavam em todos os jardins
Da bela ilha da Madeira


Tem as pedras como fundo
Como se fosse um suporte
Estas lindas flores existem
Desde o sul até ao norte


Eu queria ser pintora
Para poder pintar assim
Um belo quadro de hortenses
Que ficasse só para mim



A nossa linda cidade
Também devia ter flores
Fossem rosas, malmequeres

                                                                Manjericos ou amores.

Eglantina

A MINHA AMIGA DE INFÂNCIA


Era a minha colega de carteira na escola e também minha vizinha. Era morena e ainda a vejo com uma franja e um laço vermelho na cabeça e lá íamos para a escola com as nossas batas brancas. Ainda hoje não sei porque é que ela me chamava princesa, talvez fosse porque eu morava numa casa grande. Era com ela que eu jogava à china e saltava a corda.

Crescemos, cada uma de nós seguiu a sua própria vida. Eu fiquei sempre por aqui e a minha vida pouco mudou. Ela queria ser freira e foi para um convento, mas passado pouco tempo desistiu e tirou o curso de enfermeira. Estive anos sem a ver e sem saber nada da vida dela. Até que um belo dia, ia na rua quando ouvi: “Princesa como está a tua vida?!”

 Foi uma grande surpresa e lá pusemos a nossa vida em dia e matámos as nossas saudades e seguimos as nossas vidas até ao próximo encontro, que espero não demore muito para nosso belo prazer.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A PRIMEIRA VEZ QUE ME PERDI


A primeira vez que me perdi tinha sete anos. Perdi a minha mãe, a minha casa e a minha família.
 Fiquei só, muito assustada e vi tudo muito escuro e triste. 
Em toda a minha vida fui sempre perdendo alguma coisa ou amizades, mas outras fui adquirindo. 
Mas quando perdi a família ficou tudo escuro e cinzento, ainda hoje não gosto de cores escuras.
Quando fui à praia pela primeira vez tinha já vinte anos e não fazia ideia dos perigos que o mar encerra. 
Fui apanhada por uma onda e pensei que era o meu fim. Só me lembro de me sentir enrolada na onda e ver tudo prateado; nunca tinha sentido tanto medo. 
Quando aprendi a nadar e finalmente perdi o medo já tinha mais de cinquenta anos, mas agora já acho que o mar é azul e consigo nadar sem medo. Agradeço ao meu treinador de natação ter tido tanta paciência comigo. Quando alguém tem medo ele dá-me quase sempre como exemplo pela minha força de vontade em aprender a nadar.


Quando vou a algum sítio desconhecido tenho sempre medo de perder o grupo com quem vou e tento nunca os perder de vista.

 Fevereiro 2014
Eglantina

As Aventuras do Grupo


Este grupinho da dança

São umas mulheres divertidas
Cada uma para seu lado
Todas a fazer partidas.

Lá fomos a Portimão
Todas juntas num grupinho
E o pior era o jantar
Que sempre metia vinho!

Ficamos sem combustível
Na encosta do Castelo
Tudo isto para ir levar
A nossa Jacinta Belo

 


Ms o grupo está maior
E já somos mais de dez
O pior é a altura
Para acertarmos os pés!

Cada uma para seu lado
Todas a tentar dançar
Espero que a paciência da Rita
Nunca se vá acabar.

Dizem que é o grupo das velhas
Eu não estou para me ralar

Muitas o que não têm
É coragem para cá estar.

A Fortunata acerta o passo
A Maximina também,
Eu e a Maria Augusta
Andamos a ver se acertamos também.

Não disse o nome de todas
Já estou sem inspiração,
Mas podem ter a certeza:
Estão todas no meu coração!

Nasce o dia e põe-se o Sol
E só pensamos no palco
Nós pensamos em pular
                                             Mas o físico já está fraco...    
Eglantina