OS NOSSOS ESCRITOS

TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA

domingo, 10 de abril de 2016

ACEITAR-ME COMO SOU...

Nem boa nem má!
Nem pobre nem rica,
Nem feia nem bonita!
nem nova nem velha! 
Sou um ser que acredita.
Nesta vida« às vezes maldita»
Tudo passa,nada fica.
Há que aproveitar,
Ver o tempo passar!
Sorrir,passear,cair, levantar!
Dormir, sonhar,
«que aprendia a cantar»

Sim é importante, aceitar-me como sou! acho que sou um ser normal;
com alguns defeitos e algumas qualidades! Sou teimosa, ou seja persistente!
Não que  ache que tenho sempre razão; mas quando tenho! nada me faz mudar de
ideias.
Bem às vezes, sou um pouco preguiçosa ...preguiça de levantar, preguiça de telefonar,
preguiça até de pensar.
Mas também sou trabalhadora; quando me apetece! 
Sou muito sensível e amiga da minha amiga.
Pois amizade só a tem quem a sente! é um privilégio senti-la. Felizmente eu tenho esse sentimento,
para mim é ótimo ; pois vivendo sózinha nunca senti solidão! os dias passam rápido, as noites com telefone,
e internet também são rápidas.
Gosto de ajudar os meus amigos, sem esperar nada em troca!pois para mim « amigo» é suficiente e tenho
alguns felizmente, também tenho conhecidos  de que gosto muito. A vida é uma passagem e tento
vivê-la o melhor que posso e sei

Ana Maria Tronco

segunda-feira, 21 de março de 2016

SOL ELUA

De um encontro inesperado
Nasce o que não foi pensado
Na alegria de viver
Vamos juntos conviver

Ver o Sol e ver a Lua
Passear pela rua
Vamos sorrir e brincar
Correr e saltar
Ser feliz a cantar

Pois não há tempo a perder
Porque o que importa é viver.

Ana Maria Troncho

domingo, 20 de março de 2016

ACEITAR-ME COMO SOU

Nem boa nem má!
Nem pobre nem rica!
Nem feia nem bonita!
ACEITAR-ME COMO SOU
Nem nova nem velha!
Sou um ser que acredita!
Nesta vida «às vezes» maldita!
Tudo passa , nada fica!
Há que aproveitar!
Ver o tempo passar!
Sorrir!Passear!Cair! Levantar!
Dormir! Sonhar!
Que aprendo a cantar!!!!..

Ana Maria Troncho

Apenas Palavras

Apenas palavras!
Que dóiem!
Que corróiem!
Que fingem!
Que mentem!
Apenas palavras
Que amam!
Que sentem!
Que ajudam!
Apenas palavras
Que no lamento!
Que no momento!
Apenas palavras
Leva-as o vento.
Naquele tormento
Das ondas do mar!
Que nos faz embalar
Com o Sol a brilhar
Que nos faz sonhar
Que nos faz acreditar
Ver a lua chegar!
E adormecer ao Luar.

Ana Maria Troncho

terça-feira, 8 de março de 2016

ZEGOTA (RESGATE )

IRENA SENDLER

Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações. Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!).

Irena trazia crianças escondidas no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira na parte de trás da sua caminhonete (para crianças de maior tamanho).

Também levava na parte de trás da camioneta um cão, a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto. Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer.
Enquanto pôde manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.

Por fim os nazis apanharam-na. Souberam dessas atividades e em 20 de Outubro de 1943 Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisãode Pawiak, onde foi brutalmente torturada.
Num colchão de palha, encontrou uma pequena estampa de Jesus com a inscrição: Jesus, em Vós confio”, e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.

Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Já recuperada foi, no entanto, condenada à morte.

Enquanto esperava pela execução, um soldado
 alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair, ele gritou-lhe em polaco: "Corra!".
Esperando ser baleada pelas costas, Irena, contudo, correu por uma porta lateral e fugiu, escondendo-se nos becos cobertos de neve até ter certeza de que não fora seguida. No dia seguinte, já abrigada entre amigos, Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados que os alemães publicavam nos jornais.

Os membros da organização Żegota
 ("Resgate") tinham conseguido deter a execução de Irena, subornando os alemães e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.

Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, guardadas num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim.

Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família. A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais, ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adotivos.

Em 2006 foi proposta para receber o Prêmio Nobel da Paz... mas não foi selecionada. Quem o recebeu foi Al Gore por sua campanha sobre o Aquecimento Global.

Não permitamos que alguma vez esta Senhora seja esquecida!!


Transporto o meu grão de areia, reenviando esta mensagem. Espero que faças o mesmo.

Passaram já mais de 60 anos, desde que terminou a 2ª Guerra Mundial na Europa. Este e-mail será reenviado como uma cadeia comemorativa, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos (inclusive 1.900 sacerdotes católicos ), 500 mil ciganos, centenas de milhares de socialistas, comunistas e democratas e milhares de deficientes físicos e mentais e que foram assassinados, massacrados, violados, mortos à fome e humilhados, com os povos do  mundo muitas vezes olhando para o outro lado...

Agora, mais do que nunca, com o recrudescimento do racismo, da discriminação e os massacres de milhões civis em conflitos e guerras sem fim em todos os continentes, é imperativo assegurar que o Mundo nunca esqueça.  Gente como Irena Sendler, que salvou milhares de vidas praticamente sozinha, é extremamente necessária.


A intenção deste e-mail é chegar a 40 milhões de pessoas em todo o mundo.

Una-se a nós e seja mais um elo desta cadeia comemorativa e ajudar a distribuí-la por todo o mundo... Por favor, envia este e-mail às pessoas que conhece e peça que não interrompam esta cadeia.

"A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância.
Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade." - Irena Sendler

Por favor, não apague simplesmente.
Não  levará um minuto para reenviá-lo.
Obrigado.

 

"Qualquer coisa que você aceite plenamente o conduzirá à paz.”

Eckhart Toll

O ANJINHO

A Zuzu esteve doente e só voltou às aulas na quarta feira  dia   10 de fevereiro               
Todos os anos costuma trazer-nos uma prendinha depois do Natal. Sempre a conheci assim, amiga de dar prendas mesmo sem motivo especial. Cumprindo a tradição trouxe para cada uma um lindo anjinho prateado . Todos eles tocavam um instrumento musical. O meu tocava flauta, mas havia os que tocavam violino, violoncelo, harpa e sei lá que mais. O que sei é que todos eles tocando seria uma orquestra celestial só digna mesmo de anjos do céu (perdoe-se a redundância)..'
O meu já lá está pendurado no meu cantinho mas, não sei se por se sentir só, não me dá música, pelo menos que eu ouça...



2 março 2016  biblioteca da Academia Sénior Estremoz

Onde não falta vontade existe sempre um caminho


Aqui está uma frase que se adapta que nem uma luva à Rita Bulhosa. Esta  menina dona de um radioso sorriso e de uma invejável inteligência foi vítima desde o seu nascimento de uma doença que lhe afetou os movimentos das pernas impedindo-a de andar como as outras crianças.
Teve a sorte de ter uns pais que não cruzaram os braços e lhe proporcionaram todos os tratamentos possíveis. Para além disso procuraram educá-la como uma criança normal que ela no fundo é.
Dessa educação brotou uma adolescente brilhante, alegre, descontraída e segura de si.  Sem complexos resolve, pela escrita e pela palavra, compartilhar com todos nós as suas dúvidas e, muito mais ainda, as suas certezas.

Dona de um elevado dom da palavra e da escrita consegue mostrar na perfeição a sua convicta vontade de nos transmitir como todos os dias vai derrubando obstáculos e fá-lo comuna alegria ,sempre com um sorriso na sua cara bonita que nos contagia e nos faz querer ouvir mais. 
Admira-me que uma menina de quinze anos num estilo sem mácula com as idéias tão bem estruturadas que nos leva a querer ler mais e mais...
Maria Helena Alves

25 de ABRIL de 1974

Este foi um dia há muito tempo esperado.
À altura dava aulas na Escola Secundária e seriam umas oito e pouco da manhã, já eu ia saindo às Portas de Santa Catarina, quando um carro parou a meu lado oferecendo-me boleia. Era o professor Vítor Trindade a quem eu disse que não valia a pena subir pois já estava perto da escola. Como insistisse, aceitei e mal me sentei dá -me a notícia: tinha havido uma revolução e as tropas estavam na rua em Lisboa.
Numa grande excitação entrámos na escola e na sala dos professores ia um grande burburinho. Ainda não se sabia ao certo qual a origem do movimento embora para mim houvesse só uma certeza: era o fim do fascismo que tínhamos aguentado durante quase cinquenta longos anos.
Lembro-me de ver o Dr Crujo , esfregando as mãos  talvez de satisfação , enquanto ia repetindo de grupo em grupo :  pode ser o  Kaulza de Arriaga, pode ser, não sabemos!
Nesse dia foi impensável dar aulas e apenas se abriram as salas para uma conversa informal com os alunos. Só a D Fátima insistiu numa aula normal para  grande descontentamento dos alunos.


Foi um dia inesquecível todos de ouvido à escuta não perdendo pitada das notícias que iam chegando pela rádio e televisão. Alguns jornais fizeram duas edições que se esgotaram num ápice!
Lembro-me depois, de passarmos o resto da tarde e da noite de ouvido à escuta no rádio e na televisão, seguindo todas as movimentações das tropas na capital.
Seguiram-se dias e meses de grande euforia e felicidade em que apenas estava em casa o tempo necessário para comer e dormir e pouco mais. Não havia manifestação onde não estivesse presente, as reuniões sucediam-se, os inúmeros comunicados eram esperados e lidos com sofreguidão . Compravam-se vários jornais por dia, República, Diário, Diário de Lisboa, Capital, etc..
Nada me podia escapar e lembro-me mesmo de dormir com dois ou três transístores no travesseiro para, a qualquer momento, poder ligar para as várias estações na altura dos noticiários.
A saída dos presos políticos foi um dos momentos altos desses dias.
A legalização do PCP, a criação do MDP onde fiz parte da comissão política com o dr. Patrício, a criação do MES onde estive filiada, as primeiras eleicões livres, foram liberdades que o 25 de Abril nos trouxe.
A  28 de Setembro a reacção quis mostrar os dentes mas não conseguiu passar.
Como em muitas localidades também também em Estremoz , nessa noite se fizeram barricadas, cortando a estrada. Eu estava lá e lembro-me de um episódio estranho em que não acreditaria se não estivesse presente.
Correu nesse dia o boato de que, num carro, tinha sido descoberto um caixão cheio de armas caso a que estaria associado o nome de Artur Agostinho.
Ora nessa noite estava eu entre muitos camaradas a fazer vistoria aos carros que passavam na estrada à procura de armas quando foi barrado um  carro de matrícula estrangeira, penso que suíca, que se revelou verdadeiramente suspeito : atrás do condutor seguia um caixão que ele se recusou a abrir. Ninguém teve dúvidas dado o tal boato que se ouvia e que nunca soube se tinha fundamento.
Mesmo depois de muito instado recusou-se a abrir ali o caixão.
Logo dali saíu um carro com alguns dos nossos que o escoltou até ao quartel para entregar o caso ao COPCON.
Revelou-se que era realmente um pobre desgraçado que resolvera dar sepultura à mulher na sua terra natal e se atrevera a passar fronteira clandestinamente ainda não percebo como. Naqueles tempos de liberdade a vigilância abrandara e tornava possíveis episódios insólitos  como este
Passaram-meses e a 11 de Novembro morreram muitas das minhas esperanças num mundo novo em que as desigualdades se esbatessem e onde todos gozassem das mesmas oportunidades. Um mundo novo onde ninguém passasse fome, onde todos tivessem acesso à saúde, ao ensino, ao trabalho e ao lazer.
Para além da liberdade, da abolição da censura, legalização dos partidos, libertação dos presos políticos,  Abril trouxe-nos o fim da guerra, que tantos mortos e estropiados causou.
Para mim foi um momento de libertação de um regime opressivo em que vivi quarenta longos anos. Os tempos que então vivi de alegrias constantes , de companheirismo, de absoluta liberdade foram os melhores da minha vida que me marcaram para sempre e estarão sempre vivos na minha memória.
Maria Helena Alves

CIGANOS

Ouvi há dias a crónica "o amor é" de Júlio Machado Vaz sobre a maneira como os ciganos foram e são tratados na Suécia. Foram esterilizados, impedidos de entrar no país, as suas crianças foram-lhes retiradas. Fiquei estupefacta pois, embora saiba da perseguição que esta etnia tem sofrido ao longo da história, nunca pensei que isto se pudesse passar na Suécia país que eu pensava ser um modelo de democracia.

Uma cigana que tinha sido convidada para a cerimónia em que o governo iria pedir desculpas públicas pela maneira como a etnia tinha sido tratada, foi impedida de entrar no hotel onde a cerimónia decorria. Pasme-se!!!
Como Júlio Machado Vaz falou da sua boa relação com ciganos também eu quero aqui dar testemunho do meu bom convívio com esta raça.
Tempos houve em que as crianças eram ameaçadas com o homem do saco ou "o cigano" sempre que se recusavam a comer a sopa. Qualquer briga, qualquer roubo tem como primeiros suspeitos os ciganos. No entanto a grande maioria dos crimes, rixas, desrespeito da lei nada têm com eles.
A minha convivência com os ciganos vem da minha infância. O meu pai teve durante muitos anos uma estalagem onde muitos deles tinham residência fixa.
Como tínhamos acesso pela horta era lá que, tanto eu como as minhas irmãs e primas, passávamos grande parte do nosso tempo e das nossas brincadeiras.
Sempre foram muito carinhosos connosco e algumas vezes fugi para ir comer com eles. Ainda hoje faço uma sopa a que chamo "grãos à cigana" que lá comia e de que gosto muito.
 Lembro-me que um dia, no meio duma briga, um deles abriu em cima da mesa de pedra uma navalha de ponta e mola. Eu estava presente e, na minha inocência, quis pegar a navalha para que não se ferissem. Fechou-se na minha mão apanhando-me um dedo de raspão. Ao verem o sangue logo ali a briga se acabou e era ver a aflição dos dois a quererem tratar-me da ferida e o medo de que o meu pai soubesse do sucedido.
Quando nasceu lá uma menina convidaram o meu irmão Aníbal e a minha prima Maria Inácia para padrinhos. Foi-lhe posto o nome de Donalda.
Depois deste são convívio nunca tive ideias pré concebidas como a maioria das pessoas têm sobre os ciganos. Há bons e maus como em todas as raças.
Como professora muitos foram os que passaram pela minha escola. Ainda hoje sou muito amiga de algumas dessas minhas alunas.
Tive uma acção de formação sobre minorias na escola: ciganos, africanos e estrangeiros de vários países .
Estivemos um mês na Cúria com muito bons professores que nos deram a conhecer as origens da etnia cigana e os seus costumes.
Como trabalho final apresentei um estudo sobre uma criança da nossa sala que contou para todos os colegas os hábitos da sua família, em dias de festa, casamentos e mortes. Ensinou-os a dançar e, pelo menos as raparigas aprenderam com ela alguns passos das suas danças tão características.
Durante muitos anos dei alfabetização a adultos e houve anos em que a sala se enchia apenas com pessoas dessa etnia. Alguns pertenciam a famílias que se odiavam mas todos acataram as minhas recomendações de que tudo isso ficava para lá da porta da sala de aula e nunca houve entre eles o mais leve atrito.
Alguns eram bastante inteligentes e aprenderam a ler com uma enorme facilidade. Um que me lembro, vinha sempre irrepreensívelmente vestido, depois de ter passado nos balneários públicos para tomar banho. O mesmo não se poderia dizer da maioria que traziam na pele e nas vestes a marca das péssimas condições em que viviam. Tinha havido mortes nas duas famílias e o luto era guardado, para além do preto com que se vestiam, com o cabelo e barba que nunca mais cortaram e um chapéu que nunca tiravam da cabeça.
No mercado, ainda hoje  encontro alguns desses alunos ou seus familiares que me vêm cumprimentar com muita simpatia.


Maria Helena Alves

sábado, 5 de março de 2016

INAUGURAÇÃO DA BIBLIOTECA E DESFILE LITERÁRIO

AULA DE POESIA E CONTO NA ACADEMIA SÉNIOR DE ESTREMOZ

inauguração da biblioteca da academia sénior de estremoz

LÚCIA CÓIAS E EGLANTINA ESTIGA ATRÁS
EGLANTINA ESTIGA
DESFILE LITERÁRIO PADEIRA DE ALJUBARROTA
DESFILE LITERÁRIO
DESFILE LITERÁRIO