Não pretendo ser poeta
Mas gosto de fazer versos
Sinto-me às vezes pateta
Se abordo temas diversos
Há dias sem eu contar
Fui à Cerci de Estremoz
Desejei poder gritar
Fazer ouvir minha voz
Pois fiquei maravilhada
pr'a sempre irei recordar
Aprendi a lição dada
"É belo saber amar"
Fala-se de tudo um pouco
Diz-se mal de toda a gente
E há quem chame de louco
A quem ama o que é diferente
Tudo aponta o que acham mal
Ninguém louva o que vai bem
Que mundo é este afinal
Sem valorizar ninguém?
Dar amor dia após dia
Sem olhar à diferença
Não é loucura, é magia
De quem tem alma e tem crença
Esta é a ventura maior:
Em cada ser ver um irmão
É viver p'ra dar amor
É ser alguém de eleição.
Lúcia Cóias Academia Sénior de Estremoz, Aula de Poesia e Contos
OS NOSSOS ESCRITOS
TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA
sábado, 25 de janeiro de 2014
A JANELA DA MINHA VIDA
Quando eu era adolescente vivia numa quinta, com uma casa grande e tinha uma janela que era a minha preferida.
De lá tudo via: o pomar com as mais variadas árvores, a horta cheia de verde, o regato da água, onde os patos nadavam em fila como uma coluna militar, as galinhas a debicar, os cavalos a beber no chafariz, os pássaros a cantar be bum lindo jardim cheio de rosas e as mais variadas flores.
Mas o que eu mais gostava era da roseira ao pé da janela, com rosas cor de fogo e com um perfume que nunca mais encontrei noutra flor.
Tenho saudades desta janela, onde em noites de luar, também ouvia o belo canto do rouxinol. E tudo isto ao som da água corrente e cristalina da fonte.
Aquela janela era o meu mundo de paz e serenidade, ensinando-me a perceber como a natureza é bela.
ESTREMOZ CIDADE BELA
Estremoz é terra bela
De uma beleza sem par
Estremoz enquanto puder
Sempre te hei-de cantar
1 - Nasceste num tremoceiro
Mas nasceste com amor
Tiveste a Rainha Santa
E D. Dinis, o Lavrador
ESTREMOZ |
2- Tiveste o Silva Tavares
Que foi poeta, trovador
Tiveste o Tomás Alcaide
Que foi um grande tenor
3- Tens um belo Pelourinho
Que está no meio d'uma praça
Tens um belo jardim
E a Torre das Couraças
4- As tuas ruas estreitas
Estão no meio da muralha
Ó Estremoz, terra de encantos
Aos teus filhos nunca falhas
5-O Rossio Marquês de Pombal
É a sala de visitas
Tens o Lago do Gadanha
E a bela Fonte das Bicas
6- Tens umas lindas igrejas
Que são belos monumentos
E um castelo altaneiro
Que é abraçado pelos ventos
Eglantina 2011 Academia Sénior de Estremoz, Aula de Poesia e Contos
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
O MEU SONHO DE VOAR
1- Sonhei que era uma ave e voei
E vi um mundo tão belo
Fiquei cansada e pousei
Num girassol amarelo
2- Fui ao Norte e vi o Douro
Com os seus barcos à vela
Deslizei dentro de um deles
E vi uma paisagem bela
3 - Vim voando para Sul
E cheguei até Lisboa
Vi os seus monumentos
E continuei à toa
4-Também vi as vinhas verdes
Como se fossem um prado
Encontrei umas praias lindas
E os golfinhos do Sado
5- Quando cheguei ao Alentejo
Quis construir o meu ninho
Gostei muito dos sobreiros
E do trigo bem lourinho
6 - Vi os lírios do campo
E os ribeiros cristalinos
Ouvi o cantar das aves
E os risos dos meninos
7 - Continuei a voar
Cada vez mais para Sul
Vi o nosso belo mar
Como um miosótis azul
8-Já não pude voar mais
O espaço tinha acabado
Eu queria ser gaivota
Para andar no mar ondulado
9 - Quando me senti cansada
Voltei então ao meu ninho
Fui descansando no loureiro
E também no rosmaninho
Eglantina Março 2011
E vi um mundo tão belo
Fiquei cansada e pousei
Num girassol amarelo
2- Fui ao Norte e vi o Douro
Com os seus barcos à vela
Deslizei dentro de um deles
E vi uma paisagem bela
3 - Vim voando para Sul
E cheguei até Lisboa
Vi os seus monumentos
E continuei à toa
4-Também vi as vinhas verdes
Como se fossem um prado
Encontrei umas praias lindas
E os golfinhos do Sado
5- Quando cheguei ao Alentejo
Quis construir o meu ninho
Gostei muito dos sobreiros
E do trigo bem lourinho
6 - Vi os lírios do campo
E os ribeiros cristalinos
Ouvi o cantar das aves
E os risos dos meninos
7 - Continuei a voar
Cada vez mais para Sul
Vi o nosso belo mar
Como um miosótis azul
8-Já não pude voar mais
O espaço tinha acabado
Eu queria ser gaivota
Para andar no mar ondulado
9 - Quando me senti cansada
Voltei então ao meu ninho
Fui descansando no loureiro
E também no rosmaninho
Eglantina Março 2011
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
far far away: Café do Cristiano
far far away: Café do Cristiano: Boas tardes. Entre, menina, entre. Sim, viu logo pelo nome, não foi? O quê? Passa aqui todos os dias e nunca tinha visto este café? Deve an...
A FESTA DE ANIVERSÁRIO DO CHINITA
O Chinita com o cão da residência |
Cantámos os parabéns; o Chinita apagou as velas e todos comemos do bolo de ananás que estava uma delícia.
No final da festa, a Lúcia vestiu as suas roupas de artista e representou e cantou para todos nós os versos e as cantigas que tão bem sabe fazer.
Eram já 17.30h quando saímos de lá, muito felizes e contentes por sermos tão bem recebidas pelos utentes e pela direcção da Cerci.
Recebemos este mail do Engº Jorge Canhoto que muito nos alegrou e comoveu:
Boa tarde
Em primeiro lugar quero agradecer a disponibilidade para, numa tarde de sábado,
terem proporcionado ao José Chinita uma festa de aniversário inesquecível. Na
segunda-feira fui “obrigado” por ele a ter de o acompanhar, pelas diferentes
valência da Cerciestremoz, para que ele contassem a festa de aniversário “à
maneira” que lhe tinham proporcionado.
Para mim e para a instituição são sempre um prazer estes momentos de
convívio e de realização de atividades comuns. Momentos como estes só podem
acontecer em virtude da vossa disponibilidade e do excelente trabalho que a
Dr.ª Maria José Mira tem desenvolvido na Academia Sénior de Estremoz.
Gostaria de reiterar o agradecimento pela disponibilidade e pelo envio das
fotos que colocaremos no facebook, se tal nos autorizar.
Pela parte da Cerciestremoz estaremos sempre abertos a novas iniciativas conjuntas e que achem que possam ser benéficas para todos os intervenientes.
Pela parte da Cerciestremoz estaremos sempre abertos a novas iniciativas conjuntas e que achem que possam ser benéficas para todos os intervenientes.
Um grande beijo de agradecimento.
Jorge Canhoto
Jorge Canhoto
A Lúcia a cantar e a representar "As pulgas" |
A Lúcia a representar "A menina envergonhada" |
O Chinita muito contente |
A animação do grupo |
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
VISITA AO MUSEU MILITAR DE ELVAS
Na 5ªfeira, dia 9 de Janeiro a Academia Sénior de Estremoz e a CerciEstremoz foram convidados para uma visita de estudo ao Museu Militar de Elvas. Às 10 horas da manhã, o grupo de senhoras + um senhor da Academia acompanhados pela Drª Maria Mira, esperava o autocarro da Cerci.
Passado um pouco chegou o autocarro e quando entrámos fomos logo muito bem recebidos pelos utentes da Cerci. Chegados a Elvas, fomos recebidos pelo Tenente-coronel que se apresentou como sendo o nosso guia. Começámos a visita às diversas salas do Museu que se prolongou até à hora do almoço. Depois do almoço, visitámos os estábulos com lindos e belos cavalos e depois continuámos a visita sempre com a orientação do sr. tenente-coronel, que se mostrou sempre muito bem disposto e muito atento a todo o grupo. Já passavam das 16 horas quando finalizámos a visita. Aprendemos muito nesta visita, pois o Museu é muito interessante No site http://www.lifecooler.com/artigo/passear/museu-militar-do-forte-de-santa-luzia/391645/ pode-se ler: " Com o objectivo de preservar a importância militar da cidade de Elvas, as antigas instalações do Regimento de Infantaria nº 8 foram reconvertidas neste museu de cariz nacional. O antigo Convento de S. Domingos e os Quartéis do Casarão albergam agora parte do acervo museológico do Exército português, num total de 640 peças que se dividem por três temas: Serviço de Saúde, Viaturas (tácticas e blindadas) e Hipomóveis e Arreios. Uma cozinha de campanha do início do século XX, uma mesa de operação de ortopedia e o primeiro carro de combate do país são algumas das peças que aqui podem ser vistas.
Também o site http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-museu-militar-do-forte-de-santa-luzia-20170 refere: Localizado no bonito Forte de Santa Luzia, em Elvas, o Museu Militar está instalado em seis núcleos no interior do Forte, mais concretamente nas antigas casamatas, abordando a importância militar da cidade ao longo dos tempos.
O Museu apresenta uma exposição permanente, maioritariamente destinada ao público juvenil, que alberga peças de artilharia e militares, armamento bem como outros equipamentos multimédia que melhor demonstram toda a história bélica e militar de Elvas e a sua importância.
Património inegável da cidade de Elvas, uma localidade militar por excelência, o Museu Militar do Forte de Santa Luzia tem ao dispor visitas guiadas tanto pelo interior como pelo exterior do museu.
Passado um pouco chegou o autocarro e quando entrámos fomos logo muito bem recebidos pelos utentes da Cerci. Chegados a Elvas, fomos recebidos pelo Tenente-coronel que se apresentou como sendo o nosso guia. Começámos a visita às diversas salas do Museu que se prolongou até à hora do almoço. Depois do almoço, visitámos os estábulos com lindos e belos cavalos e depois continuámos a visita sempre com a orientação do sr. tenente-coronel, que se mostrou sempre muito bem disposto e muito atento a todo o grupo. Já passavam das 16 horas quando finalizámos a visita. Aprendemos muito nesta visita, pois o Museu é muito interessante No site http://www.lifecooler.com/artigo/passear/museu-militar-do-forte-de-santa-luzia/391645/ pode-se ler: " Com o objectivo de preservar a importância militar da cidade de Elvas, as antigas instalações do Regimento de Infantaria nº 8 foram reconvertidas neste museu de cariz nacional. O antigo Convento de S. Domingos e os Quartéis do Casarão albergam agora parte do acervo museológico do Exército português, num total de 640 peças que se dividem por três temas: Serviço de Saúde, Viaturas (tácticas e blindadas) e Hipomóveis e Arreios. Uma cozinha de campanha do início do século XX, uma mesa de operação de ortopedia e o primeiro carro de combate do país são algumas das peças que aqui podem ser vistas.
Também o site http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-museu-militar-do-forte-de-santa-luzia-20170 refere: Localizado no bonito Forte de Santa Luzia, em Elvas, o Museu Militar está instalado em seis núcleos no interior do Forte, mais concretamente nas antigas casamatas, abordando a importância militar da cidade ao longo dos tempos.
O Museu apresenta uma exposição permanente, maioritariamente destinada ao público juvenil, que alberga peças de artilharia e militares, armamento bem como outros equipamentos multimédia que melhor demonstram toda a história bélica e militar de Elvas e a sua importância.
Património inegável da cidade de Elvas, uma localidade militar por excelência, o Museu Militar do Forte de Santa Luzia tem ao dispor visitas guiadas tanto pelo interior como pelo exterior do museu.
No site do próprio Museu http://www.operacional.pt/museu-militar-de-elvas/ encontramos uma detalhada explicação do mesmo assim como belíssimas fotografias que ilustram bem qual a razão de termos gostado tanto de o visitar.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
LITANIA PARA O NATAL DE 1967
David Mourão-Ferreira |
Vai
nascer esta noite à meia-noite em ponto
num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
dentro de um foguetão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
numa casa de Hanói ontem bombardeada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para ter amanhã a suspeita que existe
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
tem no ano dois mil a idade de Cristo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
e anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para nos pedir contas do nosso tempo
num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
dentro de um foguetão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
numa casa de Hanói ontem bombardeada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para ter amanhã a suspeita que existe
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
tem no ano dois mil a idade de Cristo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
e anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para nos pedir contas do nosso tempo
David Mourão-Ferreira
ELEGIA DE NATAL
Era
também de noite Era também Dezembro
Vieram dizer-me que o meu irmão nascera
Já não sei afinal se o recordo ou se penso
que estou a recordá-lo à força de o dizerem
Mas o teu berço foi o primeiro presépio
em que pouco depois o meu olhar pousava
Não era mais real do que existirem prédios
nem menos irreal do que haver madrugadas
Dezembro retornava e nunca soube ao certo
se o intruso era eu se o intrus eras tu
Quase aceitava até que alguém te supusesse
mais do que meu irmão um gémeo de Jesus
Para ti se encenava o palco da surpresa
Entravas no papel de que eu ia descrendo
Mas sabia-me bem salvar a tua crença
E era sempre de noite Era sempre em Dezembro
Entretanto em que mês em que dia é que estamos
Que verdete corrói prédios e madrugadas
De que muro retiro o musgo desses anos
que entre os dedos depois se me desfaz em água
Para onde levaste a criança que foste
Em vez da tua voz que ciprestes são estes
Como dizer Natal se te não vejo hoje
Como dizer Natal agora que morreste
Vieram dizer-me que o meu irmão nascera
Já não sei afinal se o recordo ou se penso
que estou a recordá-lo à força de o dizerem
Mas o teu berço foi o primeiro presépio
em que pouco depois o meu olhar pousava
Não era mais real do que existirem prédios
nem menos irreal do que haver madrugadas
Dezembro retornava e nunca soube ao certo
se o intruso era eu se o intrus eras tu
Quase aceitava até que alguém te supusesse
mais do que meu irmão um gémeo de Jesus
Para ti se encenava o palco da surpresa
Entravas no papel de que eu ia descrendo
Mas sabia-me bem salvar a tua crença
E era sempre de noite Era sempre em Dezembro
Entretanto em que mês em que dia é que estamos
Que verdete corrói prédios e madrugadas
De que muro retiro o musgo desses anos
que entre os dedos depois se me desfaz em água
Para onde levaste a criança que foste
Em vez da tua voz que ciprestes são estes
Como dizer Natal se te não vejo hoje
Como dizer Natal agora que morreste
David Mourão-Ferreira
SONETO
E por vezes as noites duram
meses
David Mourão-Ferreira |
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos. E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos.
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos. E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
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