OS NOSSOS ESCRITOS

TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA

quinta-feira, 10 de abril de 2014

ALMOÇO DAS 500 AVÓS

O nosso grupo e o japonês

O japonês com o Secretário da Cultura (estava lá a fazer muita falta!!!)

A legião de fotógrafos

Sentadas às mesas e o japonês a fazer a festa!!

A nossa chegada ao Convento

O alvoroço do japonês e nós à espera do almoço!!



Quando fomos convidadas para irmos à Praça da Alegria não sabíamos que tinha relação com o almoço das 500 avós. Quando o João Baião me perguntou sobre este evento eu fiquei um pouco admirada, mas não me desmanchei, nem me mostrei surpreendida com a pergunta.
O dia estava péssimo, muita, mas muita chuva, frio e desconfortável. Estávamos todas geladas. 
Chegadas ao Convento de Cástris esperava-nos o japonês muito eufórico , com uma esquila que chamava toda a gente para a sala. Uma legião de fotógrafos acompanhava o irrequieto artista. Nós lá o seguimos para a sala que nos estava destinada. Começou logo a querer que nós cantássemos e a abraçar toda a gente. Os fotógrafos não paravam de nos fotografar, sobretudo ao japonês.
Estávamos com fome. Sabíamos pelo João Baião que seria arroz de pato. Depois de muito cantarmos e de esperarmos pela sopa, lá apareceu uma sopa de abóbora que todas comemos, pois a fome era muita. Houve um longo período de espera entre o a sopa e o arroz de pato. Apareceram as travessas com o arroz de pato, seco, frio, e sem sabor. Não havia uma salada, um acompanhamento, nada!!!. Na minha mesa, (10 mulheres) a maioria criticou negativamente o arroz de pato, que foi feito por um "chefe!!" . Mais outra longa espera e apareceu a sobremesa, encharcada, um doce conventual, muito bem feita, que veio  atenuar a nossa decepção e a nossa frustração pelo almoço. 
Estávamos geladas. O ambiente não aqueceu. O japonês nunca mais apareceu. Estávamos desejando sair dali. 
Para irmos para o autocarro, apanhámos mais uma molha. Algumas sombrinhas viraram-se e ficaram espalhadas pelo espaço circundante ao Convento. 
Fizemos parte de uma "performance", mas todas estávamos muito decepcionadas e algumas arrependidas por terem saído do conforto da sua casa, para irem comer um sensaborão arroz de pato!!!

ACADEMIA NA PRAÇA DA ALEGRIA

A Academia Sénior de Estremoz, onde dou aulas de Poesia e Conto, convidou-me a mim e à Lúcia Cóias, minha aluna e também professora de bordados na Academia , para falarmos na Praça da Alegria, no dia 1 de Abril , por volta das 12 horas. Fui convidada na véspera, por isso não tive muito tempo para me preparar. Era a primeira vez que ia aparecer na televisão. Não estava nervosa. Os preparativos que antecedem a nossa entrada no programa são muito interessantes. As pessoas com quem contactei são muito simpáticas e profissionais. Não conheço bem o programa, pois muito raramente o vejo, mas os dois entrevistadores são muito simpáticos e colocaram-nos logo muito à vontade. Falámos sobre a Academia e sobre as nossas vidas.  Foi mais uma experiência e uma vivência que me enriqueceram.  Sair do marasmo da vida de reformada tem sido um dos meus grandes objectivos. O feedback dos amigos e familiares também tem sido muito bom para a minha auto-estima e para me sentir "viva" nos dias de hoje.
Valeu a pena.
http://www.rtp.pt/play/p1057/e149232/pracadaalegria-ii/345549
Lúcia, Zuzu, e apresentadores

Lúcia lendo um poema

Assistência - senhoras da Academia Sénior de Estremoz

Lúcia e Zuzu


Lúcia, Zuzu, Tânia Ribas de Oliveira e João Baião

Saco bordado pela Lúcia

Zuzu

A NUVEM





Vi as nuvens no céu
Brancas e a formar castelos
Escrevem no céu uma história
De príncipes lindos e belos

As claras em castelo
Destas nuvens tão artistas
Fazem-nos olhar o céu
E imaginar belas vistas

Vejo histórias de princesas
Naqueles castelos de espuma
Vejo a fada madrinha
Mas eu não tive nenhuma

Também vejo a bruxa má
Montada numa vassoura
Vejo a natureza a chorar
Com umas mágoa duradoura

Também vejo nuvens negras
Espalhadas na minha vida
Tudo por mim tem passado
Mas não me dou por vencida


Quando uma nuvem chora
Chora toda a natureza
Os pássaros choram com frio
Mas para o prado é uma riqueza

Chora, chora, nuvem chora,
Deixa cair tuas mágoas
É com o  que chora a natureza
Que os ribeiros têm água

Água fresca e cristalina
Faz falta à humanidade
Sem ela nada tem vida
E a chuva deixa saudade

Deixa saudade do sol
Que ilumina a natureza
Por muito bela que seja a chuva
O sol é maior beleza

Eglantina, aula de 9 de Abril de 2014



quarta-feira, 12 de março de 2014

EU FUI AO ALENTEJO











Eu fui ao Alentejo
E vi campos amarelos
Tão floridos e tão belos
E vi casas branquinhas
E amendoeiras com florinhas

Eu fui ao Alentejo
E vi rebanhos no seu torpor
Pastando nos campos em flor
E vi o pastor solitário
Pensando no seu pobre salário

Eu fui ao Alentejo
E vi o azul do céu intenso
E vi o campo imenso
E  vi as oliveiras de prata
Noa secura que mata


Eu fui ao Alentejo
E vim feliz e tranquila
E vim contente e apaixonada
E senti o desejo
De te dar um beijo


Zuzu

PINTAR A VIDA


Quem amar a natureza
Dá-lhe o valor que merece
Arte,sentido e beleza,
Numa tela transparece.

Aquela casinha ao fundo,
Naquele lindo recanto,
Cabia lá dentro o mundo
E ali não havia pranto.

Uma trepadeira florida
Nas cores do amor e da esperança!
Como é bom pintar a vida
E assim a paz se alcança

Aquele piso de xisto
Que mãos de artista ali pôs!
E depois de tudo isto, “Que lindo...” dizemos nós!

 Lúcia Cóias

Estremoz, 20/02/2013

quarta-feira, 5 de março de 2014

A VISITA À EXPOSIÇÃO


Fui ao centro cultural
Para ver a exposição
Vi tantos quadros belos
Pintados com perfeição


Vi uma porta pintada
Com cercadura de rosas
Vi paisagens do Alentejo
Bem bonitas e formosas


Aquela rosa amarela
Tão bonita e bem pintada
Deus abençoe a autora
Por ser tão prendada


Mas o quadro das hortenses
Foi para mim o preferido
Todas aquelas cores lindas
Para mim fazem sentido


As hortenses azuis
Vi-as pela vez primeira
Estavam em todos os jardins
Da bela ilha da Madeira


Tem as pedras como fundo
Como se fosse um suporte
Estas lindas flores existem
Desde o sul até ao norte


Eu queria ser pintora
Para poder pintar assim
Um belo quadro de hortenses
Que ficasse só para mim



A nossa linda cidade
Também devia ter flores
Fossem rosas, malmequeres

                                                                Manjericos ou amores.

Eglantina

A MINHA AMIGA DE INFÂNCIA


Era a minha colega de carteira na escola e também minha vizinha. Era morena e ainda a vejo com uma franja e um laço vermelho na cabeça e lá íamos para a escola com as nossas batas brancas. Ainda hoje não sei porque é que ela me chamava princesa, talvez fosse porque eu morava numa casa grande. Era com ela que eu jogava à china e saltava a corda.

Crescemos, cada uma de nós seguiu a sua própria vida. Eu fiquei sempre por aqui e a minha vida pouco mudou. Ela queria ser freira e foi para um convento, mas passado pouco tempo desistiu e tirou o curso de enfermeira. Estive anos sem a ver e sem saber nada da vida dela. Até que um belo dia, ia na rua quando ouvi: “Princesa como está a tua vida?!”

 Foi uma grande surpresa e lá pusemos a nossa vida em dia e matámos as nossas saudades e seguimos as nossas vidas até ao próximo encontro, que espero não demore muito para nosso belo prazer.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A PRIMEIRA VEZ QUE ME PERDI


A primeira vez que me perdi tinha sete anos. Perdi a minha mãe, a minha casa e a minha família.
 Fiquei só, muito assustada e vi tudo muito escuro e triste. 
Em toda a minha vida fui sempre perdendo alguma coisa ou amizades, mas outras fui adquirindo. 
Mas quando perdi a família ficou tudo escuro e cinzento, ainda hoje não gosto de cores escuras.
Quando fui à praia pela primeira vez tinha já vinte anos e não fazia ideia dos perigos que o mar encerra. 
Fui apanhada por uma onda e pensei que era o meu fim. Só me lembro de me sentir enrolada na onda e ver tudo prateado; nunca tinha sentido tanto medo. 
Quando aprendi a nadar e finalmente perdi o medo já tinha mais de cinquenta anos, mas agora já acho que o mar é azul e consigo nadar sem medo. Agradeço ao meu treinador de natação ter tido tanta paciência comigo. Quando alguém tem medo ele dá-me quase sempre como exemplo pela minha força de vontade em aprender a nadar.


Quando vou a algum sítio desconhecido tenho sempre medo de perder o grupo com quem vou e tento nunca os perder de vista.

 Fevereiro 2014
Eglantina

As Aventuras do Grupo


Este grupinho da dança

São umas mulheres divertidas
Cada uma para seu lado
Todas a fazer partidas.

Lá fomos a Portimão
Todas juntas num grupinho
E o pior era o jantar
Que sempre metia vinho!

Ficamos sem combustível
Na encosta do Castelo
Tudo isto para ir levar
A nossa Jacinta Belo

 


Ms o grupo está maior
E já somos mais de dez
O pior é a altura
Para acertarmos os pés!

Cada uma para seu lado
Todas a tentar dançar
Espero que a paciência da Rita
Nunca se vá acabar.

Dizem que é o grupo das velhas
Eu não estou para me ralar

Muitas o que não têm
É coragem para cá estar.

A Fortunata acerta o passo
A Maximina também,
Eu e a Maria Augusta
Andamos a ver se acertamos também.

Não disse o nome de todas
Já estou sem inspiração,
Mas podem ter a certeza:
Estão todas no meu coração!

Nasce o dia e põe-se o Sol
E só pensamos no palco
Nós pensamos em pular
                                             Mas o físico já está fraco...    
Eglantina
              

A Vida após o Milagre




A mãe de família adoeceu e não havia maneira de melhorar, por mais mezinhas que tomasse. Naquela altura não havia tanto medicamento como hoje e utilizavam-se remédios caseiros, por isso as doenças demoravam muito tempo a passar. Era vulgar que as pessoas pedissem um milagre e por isso faziam-se muitas promessas e rezava-se ao santo da devoção de cada família.
Esta família era devota de Santa Rita, a quem pediram o milagre de curar a mãe e esposa. O milagre aconteceu e a senhora curou-se. Pai e filhos, de joelhos, agradecem a alegria e graça concedida de ter novamente a esposa e mãe de família, que certamente era agora olhada de maneira diferente, uma vez que foi “tocada por Deus”. Ou será que simplesmente queriam a escrava da casa de volta...?

Acho que não, talvez a olhassem como uma santa a quem pediam a benção...