ESTREMOZ – Irá realizar-se no próximo dia 24 de abril, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal de Estremoz, um serão cultural com a Academia Sénior de Estremoz.
OS NOSSOS ESCRITOS
TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA
quinta-feira, 23 de maio de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
ITALO CALVINO
Italo
Calvino
Jornalista, contista e romancista italiano, Italo Calvino nasceu a 15 de outubro de 1923 em Santiago de Las Vegas, na ilha de Cuba. Ainda criança acompanhou os pais na sua mudança para São Remo, em Itália.
Em 1940, e em consequência da deflagração da Segunda Guerra Mundial, Calvino foi recrutado para a Mocidade Fascista, mas desertou pouco tempo depois, refugiando-se nas montanhas da Ligúria, onde se juntou à Resistência Comunista.
Pôde, no entanto, ingressar no curso de Literatura da Universidade Turim em 1941 mas, e com uma passagem pela Real Universidade de Florença, só conseguiu licenciar-se após a guerra, em 1947. Nesse mesmo ano publicou o seu primeiro romance, com o título Il sentiero dei nidi di ragno (1947). A obra remetia para as suas experiências enquanto ativo da resistência italiana e foi bem acolhida pela crítica, sobretudo devido aos trejeitos que Calvino dava à narrativa.
Em 1949 publicou uma coletânea de contos, também dedicados à problemática de guerra, que haviam já aparecido em publicações periódicas. A colaboração de Calvino com a imprensa havia começado em meados de 1945, no jornal comunista L'Unittá, prosseguindo em títulos como Il Garibaldino, voce della Democracia e La Republica.
Após a publicação de Il visconte dimezzato (1954), o autor abandonou o tema da guerra recente, preferindo o absurdo e o fantástico ao neorrealismo com que havia pautado o seu trabalho. A obra, que inaugurava uma trilogia também composta pelos volumes Il barone rampante (1957) e Il cavaliere inesistente (1959), e que causou fortes polémicas no seio do Partido Comunista Italiano, contava a história de um homem mutilado por uma bala de canhão durante a tomada de Constantinopla.
Calvino procurava assim demonstrar o seu desagrado perante o partido, que abandonou após os acontecimentos da primavera de Praga. Sentiu que o seu esforço literário era mais necessário na imprensa, pelo que se passou a concentrar mais na carreira como jornalista do que como romancista.
Em 1959 viajou pelos Estados Unidos da América, formulando um contraste com a sua visita à União Soviética em 1952. De regresso, começou a editar a revista Il Menabó Di Letteratura, em colaboração com Elio Vittorini. Mantendo sempre um olhar crítico sobre a sociedade, entrelaçada na consciência individual e na inércia dos eventos históricos, publicou Marcovalco (1963), uma coletânea de fábulas em que criticava o modo de vida das cidades, destrutivo e vazio. Marcovalco era apresentado como um homem de família sonhador que, permanecendo na sua cidade durante o mês de agosto, quando todos os outros habitantes partiram para férias, vê o seu descanso ser interrrompido por uma equipa de televisão que o quer entrevistar, precisamente por ter sido o único a renunciar às estâncias balneares.
Em 1972 publicou Le Cittá Invisibli, romance em que o lendário explorador Marco Polo se dedicava a contar histórias de cidades fictícias para o divertimento de Kublai Khan, e que valeu ao autor o conceituado Prémio Felrinelli. A sua obra mais conhecida, Se una notte d'inverno un viaggiatore (Se numa Noite de Inverno um Viajante) apareceu em 1979. Palomar (1983), descrevia as contemplações filosóficas de um homem aparentemente simples.
Italo Calvino faleceu a 19 de setembro de 1985, em Siena, vítima de uma hemorragia cerebral.
terça-feira, 5 de março de 2013
O GRITO
GRITO
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O GRITO |
Grito
e gritarei as vezes que eu quizer
Por
aqueles que têm fome e não têm pão
Grito,e
gritarei quando puder
Por
quem não pode suportar a solidão.
Grito,
por quem sofre num leito de hospital
Sem
alguém que lhe dê um carinho e atenção
Grito
contra a força demoníaca do mal
Pela falta de justiça e contra a corrupção.
Grito
por aquele que desfalece a lutar
E
fica sem um tecto e sem abrigo
Grito,
por quem os filhos não pode sustentar
E
por aquele que se vê só, sem um amigo.
Grito,
por aqueles que têm que emigrar
Deixando
a Pátria que um dia os viu nascer
Grito
porque levam o coração a sangrar
Deixando
cá, os velhos pais a sofrer.
E
vão esperando a morte em lentidão
Grito,
porque em casa já não têm lugar
E
o resto da vida vai ser só recordação.
Pelo
desemprego a pairar na sociedade
Grito,
por aquele que chora com razão
Pelo
ódio entre os povos, contra a desigualdade.
Contra
a ganância, contra a ânsia do poder
Grito,
e gritarei do fundo do coração
Grito,
e gritarei sempre, até morrer!
Poema de Lúcia Cóias Fevereiro 2013
NÃO TE RENDAS MEU POVO
NÃO
TE RENDAS MEU POVO
Não
te rendas meu povo, não te rendas
Às
mãos de quem te quer voltar a ver
Cativo
e desgraçado não te vendas
Aqui,
nada mais temos a vender
Não
te cales meu povo, que a saudade
Já
não pode roer dentro de nós
Se
o teu punho constrói a liberdade
Levanta
ainda mais a tua voz
Não
te rendas meu povo, não te rendas
Já
nos querem sós e divididos
Já
nos querem fracos e calados
Não
te rendas meu povo, não te rendas
Não
te cales meu povo, não te cales
Quando
nos quizerem já vencidos
Hão-de
ter-nos de pé e perfilados
Não
te rendas meu povo, não te rendas
Letra:
Joaquim Pessoa
Música:João
Fernando
sexta-feira, 1 de março de 2013
POEMAS SOBRE O 25 DE ABRIL
No dia 24 de Abril , vai realizar-se uma sessão na Biblioteca Municipal de Estremoz para comemorar o dia 25 de Abril de 1974. A Academia Sénior de Estremoz vai participar, por isso a disciplina de Poesia e Contos fez uma recolha de poemas relacionados com esta data, tão importante para o povo português.
Escolhemos poemas de:
“Vejam
bem”
Zeca Afonso in Cantares de Andarilho (1968)
Sidónio
Muralha Poemas
de Abril. Lisboa : Prelo, 1974
Escolhemos poemas de:
“Vejam
bem”
Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar
E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de de febre a arder
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de de febre a arder
Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer
Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão
E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vai
ninguém vai levantá-lo do chão
uma praça de gente madura
ninguém vai
ninguém vai levantá-lo do chão
Zeca Afonso in Cantares de Andarilho (1968)
Publicado por bibliobeiriz
em Abril 13, 2010
Um poema dedicado ao 25 de
Abril
Antes e depois
Dias longos nostalgia
espelhada em cada rosto português
uma amargura que ainda hoje se vê
nos filhos dos filhos daquele tempo
que na flor da idade
iam para a guerra longe
sem saberem bem para onde
nem para quê
o horizonte europeu fronteira de Castela
estava bem fechado
ninguém saía nem entrava
pides guardas fiscais carabineiros
cerravam bem fileiras
disparando sobre quaisquer aventureiros
num Portugal amordaçado
sem liberdade nem pão nem educação
país arcaico empobrecido analfabeto
que sem tostão nem ganha pão
clandestinamente emigrava
fugir era o sonho ficar o pesadelo
na nossa própria casa aprisionados
na nossa própria casa condenados
degredo guerra pensamento censurado
um país grande em história
por décadas adiado
bravo foi o grito que soou
o sonho que chegou
“25 de Abril de 1974”
o meu país em festa
pontapé na guerra chuto nas masmorras
Portugal livre nas palavras
meu país velhinho a nascer de novo
os cravos eram as flores
a liberdade a esperança nova
Portugal respirava cantava renascia
a Europa aplaudia o mundo ansiava
o colonialismo acabava
hoje evocando aquela data
só lamento
o tempo perdido
as vidas ceifadas
a Pátria adiada para nada!
O poema faz parte de uma coletânea de poemas com o título "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?", que pode ser visto e consultado no link da Editora:
espelhada em cada rosto português
uma amargura que ainda hoje se vê
nos filhos dos filhos daquele tempo
que na flor da idade
iam para a guerra longe
sem saberem bem para onde
nem para quê
o horizonte europeu fronteira de Castela
estava bem fechado
ninguém saía nem entrava
pides guardas fiscais carabineiros
cerravam bem fileiras
disparando sobre quaisquer aventureiros
num Portugal amordaçado
sem liberdade nem pão nem educação
país arcaico empobrecido analfabeto
que sem tostão nem ganha pão
clandestinamente emigrava
fugir era o sonho ficar o pesadelo
na nossa própria casa aprisionados
na nossa própria casa condenados
degredo guerra pensamento censurado
um país grande em história
por décadas adiado
bravo foi o grito que soou
o sonho que chegou
“25 de Abril de 1974”
o meu país em festa
pontapé na guerra chuto nas masmorras
Portugal livre nas palavras
meu país velhinho a nascer de novo
os cravos eram as flores
a liberdade a esperança nova
Portugal respirava cantava renascia
a Europa aplaudia o mundo ansiava
o colonialismo acabava
hoje evocando aquela data
só lamento
o tempo perdido
as vidas ceifadas
a Pátria adiada para nada!
O poema faz parte de uma coletânea de poemas com o título "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?", que pode ser visto e consultado no link da Editora:
Revolução — Descobrimento
Revolução
isto é: descobrimento
Mundo recomeçado a partir da praia pura
Como poema a partir da página em branco
— Katharsis emergir verdade exposta
Tempo terrestre a perguntar seu rosto
Mundo recomeçado a partir da praia pura
Como poema a partir da página em branco
— Katharsis emergir verdade exposta
Tempo terrestre a perguntar seu rosto
Sophia de Mello Breyner in O Nome das Coisas, 1977
A
farda dos homens
voltou a ser pele
(porque a vocação
de tudo o que é vivo
é voltar às fontes).
Foi este o prodígio
do povo ultrajado,
do povo banido
que trouxe das trevas
pedaços de sol.
voltou a ser pele
(porque a vocação
de tudo o que é vivo
é voltar às fontes).
Foi este o prodígio
do povo ultrajado,
do povo banido
que trouxe das trevas
pedaços de sol.
Foi
este o prodígio
de um dia de Abril,
que fez das mordaças
bandeiras ao alto,
arrancou as grades,
libertou os pulsos,
e mostrou aos presos
que graças a eles
a farda dos homens
voltou a ser pele.
de um dia de Abril,
que fez das mordaças
bandeiras ao alto,
arrancou as grades,
libertou os pulsos,
e mostrou aos presos
que graças a eles
a farda dos homens
voltou a ser pele.
Ficou
a herança
de erros e buracos
nas árduas ladeiras
a serem subidas
com os pés descalços,
mas no sofrimento
a farda dos homens
voltou a ser pele
e das baionetas
irromperam flores.
de erros e buracos
nas árduas ladeiras
a serem subidas
com os pés descalços,
mas no sofrimento
a farda dos homens
voltou a ser pele
e das baionetas
irromperam flores.
Minha
pátria linda
de cabelos soltos
correndo no vento,
sinto um arrepio
de areia e de mar
ao ver-te feliz.
Com as mãos vazias
vamos trabalhar,
a farda dos homens
voltou a ser pele.
de cabelos soltos
correndo no vento,
sinto um arrepio
de areia e de mar
ao ver-te feliz.
Com as mãos vazias
vamos trabalhar,
a farda dos homens
voltou a ser pele.
Publicado por bibliobeiriz
em Abril 15, 2010
Oh Abril!
Abril deu-me asas
e convidou-me a ouvir
baladas diferentes
Segui-o,
segui-o a pensar
que hei-de sempre
aprender
se for para a frente
Segui-o com a convicção
do poder
me contentar
com o que ele me quiser
prendear
porque o ouro já possuo
no meu coração.
Oh Abril Esperança,
que me leva a aventurar
Em céus
com as cores do arco-iris
Oh Abril, que abres as portas
dos lares solitários
e invades os jardins
com risos infantis
Oh Abril
o sol também brilha
na cabeça do velhinho
que aspira a um cantinho
numa janela adornada
de mangericos
para seguir a memória longínqua
Oh Abril, a brisa também
suave suspira
no doente
que adormece
sob o olhar quente
duma alma carinhosa
que ainda e crente
Oh Abril
se possível fosse
dar-te a mão
e levar-te aos carentes
aos famintos
aos sedentos
e fazer nascer jardins
e fazer jorrar a água
das fontes ressequidas
pelo mau tempo
erigia-te um templo.
Diana de Moura, Halifax, Canadá
email: diana@portugal-linha.pt
Abril deu-me asas
e convidou-me a ouvir
baladas diferentes
Segui-o,
segui-o a pensar
que hei-de sempre
aprender
se for para a frente
Segui-o com a convicção
do poder
me contentar
com o que ele me quiser
prendear
porque o ouro já possuo
no meu coração.
Oh Abril Esperança,
que me leva a aventurar
Em céus
com as cores do arco-iris
Oh Abril, que abres as portas
dos lares solitários
e invades os jardins
com risos infantis
Oh Abril
o sol também brilha
na cabeça do velhinho
que aspira a um cantinho
numa janela adornada
de mangericos
para seguir a memória longínqua
Oh Abril, a brisa também
suave suspira
no doente
que adormece
sob o olhar quente
duma alma carinhosa
que ainda e crente
Oh Abril
se possível fosse
dar-te a mão
e levar-te aos carentes
aos famintos
aos sedentos
e fazer nascer jardins
e fazer jorrar a água
das fontes ressequidas
pelo mau tempo
erigia-te um templo.
Diana de Moura, Halifax, Canadá
email: diana@portugal-linha.pt
domingo, 13 de janeiro de 2013
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