OS NOSSOS ESCRITOS
TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA
quinta-feira, 17 de abril de 2014
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Notícia da TSF
Artista japonês Tatsumi Orimoto promove almoço com mais de 500 avós em Évora
Publicado a 01 ABR 14 às 21:33
O almoço foi promovido por Tatsumi Orimoto, que se tem dedicado às questões do envelhecimento e que convida à reflexão sobre a importância do envelhecimento ativo.
Mais de 500 avós almoçaram esta terça-feira no Convento de São Bento de Cástris, em Évora, numa iniciativa promovida pelo artista japonês Tatsumi Orimoto, que se tem dedicado às questões do envelhecimento.
Integrado na Trienal do Alentejo, este almoço foi o maior que este artista nipónico organizou em vários países e onde sempre convida à reflexão sobre a importância do envelhecimento ativo.
As avós, todas com mais de 60 anos, que estiveram neste almoço preparado pelo chef Pedro Mendes vieram de 20 concelhos de várias partes do Alentejo. Fim
ALMOÇO DAS 500 AVÓS
Quando fomos convidadas para irmos à Praça da Alegria não sabíamos que tinha relação com o almoço das 500 avós. Quando o João Baião me perguntou sobre este evento eu fiquei um pouco admirada, mas não me desmanchei, nem me mostrei surpreendida com a pergunta.
O dia estava péssimo, muita, mas muita chuva, frio e desconfortável. Estávamos todas geladas.
Chegadas ao Convento de Cástris esperava-nos o japonês muito eufórico , com uma esquila que chamava toda a gente para a sala. Uma legião de fotógrafos acompanhava o irrequieto artista. Nós lá o seguimos para a sala que nos estava destinada. Começou logo a querer que nós cantássemos e a abraçar toda a gente. Os fotógrafos não paravam de nos fotografar, sobretudo ao japonês.
Estávamos com fome. Sabíamos pelo João Baião que seria arroz de pato. Depois de muito cantarmos e de esperarmos pela sopa, lá apareceu uma sopa de abóbora que todas comemos, pois a fome era muita. Houve um longo período de espera entre o a sopa e o arroz de pato. Apareceram as travessas com o arroz de pato, seco, frio, e sem sabor. Não havia uma salada, um acompanhamento, nada!!!. Na minha mesa, (10 mulheres) a maioria criticou negativamente o arroz de pato, que foi feito por um "chefe!!" . Mais outra longa espera e apareceu a sobremesa, encharcada, um doce conventual, muito bem feita, que veio atenuar a nossa decepção e a nossa frustração pelo almoço.
Estávamos geladas. O ambiente não aqueceu. O japonês nunca mais apareceu. Estávamos desejando sair dali.
Para irmos para o autocarro, apanhámos mais uma molha. Algumas sombrinhas viraram-se e ficaram espalhadas pelo espaço circundante ao Convento.
Fizemos parte de uma "performance", mas todas estávamos muito decepcionadas e algumas arrependidas por terem saído do conforto da sua casa, para irem comer um sensaborão arroz de pato!!!
ACADEMIA NA PRAÇA DA ALEGRIA
A Academia Sénior de Estremoz, onde dou aulas de Poesia e Conto, convidou-me a mim e à Lúcia Cóias, minha aluna e também professora de bordados na Academia , para falarmos na Praça da Alegria, no dia 1 de Abril , por volta das 12 horas. Fui convidada na véspera, por isso não tive muito tempo para me preparar. Era a primeira vez que ia aparecer na televisão. Não estava nervosa. Os preparativos que antecedem a nossa entrada no programa são muito interessantes. As pessoas com quem contactei são muito simpáticas e profissionais. Não conheço bem o programa, pois muito raramente o vejo, mas os dois entrevistadores são muito simpáticos e colocaram-nos logo muito à vontade. Falámos sobre a Academia e sobre as nossas vidas. Foi mais uma experiência e uma vivência que me enriqueceram. Sair do marasmo da vida de reformada tem sido um dos meus grandes objectivos. O feedback dos amigos e familiares também tem sido muito bom para a minha auto-estima e para me sentir "viva" nos dias de hoje.
Valeu a pena.
http://www.rtp.pt/play/p1057/e149232/pracadaalegria-ii/345549
![]() |
Lúcia, Zuzu, e apresentadores |
![]() |
Lúcia lendo um poema |
![]() |
Assistência - senhoras da Academia Sénior de Estremoz |
![]() |
Lúcia e Zuzu |
![]() |
Lúcia, Zuzu, Tânia Ribas de Oliveira e João Baião |
![]() |
Saco bordado pela Lúcia |
![]() |
Zuzu |
A NUVEM
Vi as nuvens no céu
Brancas e a formar
castelos
Escrevem no céu uma história
De príncipes lindos e
belos
As claras em castelo
Destas nuvens tão
artistas
Fazem-nos olhar o céu
E imaginar belas
vistas
Vejo histórias de
princesas
Naqueles castelos de
espuma
Vejo a fada madrinha
Mas eu não tive
nenhuma
Também vejo a bruxa
má
Montada numa vassoura
Vejo a natureza a
chorar
Com umas mágoa
duradoura
Também vejo nuvens
negras
Espalhadas na minha
vida
Tudo por mim tem
passado
Mas não me dou por
vencida
Quando uma nuvem
chora
Chora toda a natureza
Os pássaros choram
com frio
Mas para o prado é
uma riqueza
Chora, chora, nuvem
chora,
Deixa cair tuas mágoas
É com o que chora a
natureza
Que os ribeiros têm
água
Água fresca e
cristalina
Faz falta à humanidade
Sem ela nada tem vida
E a chuva deixa
saudade
Deixa saudade do sol
Que ilumina a
natureza
Por muito bela que
seja a chuva
O sol é maior beleza
Eglantina, aula de 9 de Abril de 2014
quarta-feira, 12 de março de 2014
EU FUI AO ALENTEJO
E vi campos
amarelos
Tão floridos
e tão belos
E vi casas
branquinhas
E
amendoeiras com florinhas
Eu fui ao
Alentejo
E vi
rebanhos no seu torpor
Pastando nos
campos em flor
E vi o
pastor solitário
Pensando no
seu pobre salário
Eu fui ao
Alentejo
E vi o azul
do céu intenso
E vi o campo
imenso
E vi as oliveiras de prata
Noa secura
que mata
Eu fui ao
Alentejo
E vim feliz
e tranquila
E vim
contente e apaixonada
E senti o
desejo
De te dar um
beijo
Zuzu
PINTAR A VIDA
Quem amar a natureza
Dá-lhe o valor que merece
Arte,sentido e beleza,
Numa tela transparece.
Aquela casinha ao fundo,
Naquele lindo recanto,
Cabia lá dentro o mundo
E ali não havia pranto.
Uma trepadeira florida
Nas cores do amor e da esperança!
Como é bom pintar a vida
E assim a paz se alcança
Aquele piso de xisto
Que mãos de artista ali pôs!
E depois de tudo isto, “Que lindo...” dizemos nós!
Estremoz, 20/02/2013
quarta-feira, 5 de março de 2014
A VISITA À EXPOSIÇÃO
Fui ao centro
cultural
Para ver a
exposição
Vi tantos
quadros belos
Pintados com
perfeição
Vi uma porta
pintada
Com cercadura
de rosas
Vi paisagens
do Alentejo
Bem bonitas e
formosas
Aquela rosa
amarela
Tão bonita e
bem pintada
Deus abençoe
a autora
Por ser tão
prendada
Mas o quadro
das hortenses
Foi para mim
o preferido
Todas aquelas
cores lindas
Para mim
fazem sentido
As hortenses
azuis
Vi-as pela
vez primeira
Estavam em
todos os jardins
Da bela ilha
da Madeira
Tem as pedras
como fundo
Como se fosse
um suporte
Estas lindas
flores existem
Desde o sul
até ao norte
Eu queria ser
pintora
Para poder
pintar assim
Um belo
quadro de hortenses
Que ficasse
só para mim
A nossa linda
cidade
Também devia
ter flores
Fossem rosas,
malmequeres
Manjericos
ou amores.
Eglantina
A MINHA AMIGA DE INFÂNCIA
Era a minha colega de carteira na
escola e também minha vizinha. Era morena e ainda a vejo com uma franja e um
laço vermelho na cabeça e lá íamos para a escola com as nossas batas brancas.
Ainda hoje não sei porque é que ela me chamava princesa, talvez fosse porque eu
morava numa casa grande. Era com ela que eu jogava à china e saltava a corda.
Crescemos, cada uma de nós seguiu a sua própria vida. Eu fiquei sempre por aqui e a minha vida pouco mudou. Ela queria ser freira e foi para um convento, mas passado pouco tempo desistiu e tirou o curso de enfermeira. Estive anos sem a ver e sem saber nada da vida dela. Até que um belo dia, ia na rua quando ouvi: “Princesa como está a tua vida?!”
Foi uma grande surpresa e lá pusemos a nossa
vida em dia e matámos as nossas saudades e seguimos as nossas vidas até ao
próximo encontro, que espero não demore muito para nosso belo prazer.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
A PRIMEIRA VEZ QUE ME PERDI
A primeira vez que me perdi tinha sete anos. Perdi a minha
mãe, a minha casa e a minha família.
Fiquei só, muito assustada e vi tudo muito
escuro e triste.
Em toda a minha vida fui sempre perdendo alguma coisa ou
amizades, mas outras fui adquirindo.
Mas quando perdi a família ficou tudo
escuro e cinzento, ainda hoje não gosto de cores escuras.
Quando fui à praia pela primeira vez tinha já vinte anos e
não fazia ideia dos perigos que o mar encerra.
Fui apanhada por uma onda e pensei
que era o meu fim. Só me lembro de me sentir enrolada na onda e ver tudo
prateado; nunca tinha sentido tanto medo.
Quando aprendi a nadar e finalmente
perdi o medo já tinha mais de cinquenta anos, mas agora já acho que o mar é
azul e consigo nadar sem medo. Agradeço ao meu treinador de natação ter tido
tanta paciência comigo. Quando alguém tem medo ele dá-me quase sempre como
exemplo pela minha força de vontade em aprender a nadar.
Quando vou a algum sítio desconhecido tenho sempre medo de perder o grupo com quem vou e tento nunca os perder de vista.
Fevereiro 2014
Eglantina
Subscrever:
Mensagens (Atom)