Manuel Alegre
Gabriela Ruivo
Trindade recebeu prémio na Feira do Livro
Gabriela Ruivo Trindade recebeu o prémio de Miguel
Pais do Amaral (presidente do Conselho de Administração da Leya). Manuel Alegre
e Isaías Gomes Teixeira (presidente Executivo da Leya) também participaram da
cerimónia de entrega do prémioFotografia © Carlos Manuel
Martins/Global Imagens
Gabriela Ruivo Trindade nunca tinha
publicado um texto, mas com 'Uma Outra Voz' não só concretizou esse desejo como
venceu o prémio LeYa 2013, que recebeu hoje ao final da tarde na Feira do
Livro, em Lisboa.
"Este livro nasceu da partilha num
blog familiar, no qual a família partilhou muitas histórias", contou a
autora de 43 anos, casada, dois filhos e que reside em Londres. No discurso,
confessou que estava a ser "assaltada pelos mesmo sentimentos" de
quando recebeu um prémio de banda desenhada aos "12 ou 13 anos": o
pânico de falar em público, a timidez ("que aumenta com o passar do
tempo") e a sensação de que não devia estar ali, como vencedora. Explicou
que muitos familiares deviam estar naquele palco a seu lado. Mas deixou um
recado sobre o apoio à literatura: "Estes prémios não chegam, é necessário
uma política digna desse nome".
Manuel Alegre, presidente do júri,
destacou o facto de ser a primeira mulher a ser premiada e de ser a segunda vez
que venceu um desempregado (o primeiro foi João Ricardo Pedro, em 2011, com 'O
Teu Rosto Será o Último'). O valor monetário do prémio LeYa é de 100 mil euros.
"Este prémio desencadeou uma
revolução. Muitas pessoas começaram a escrever", destacou Manuel Alegre.
"Nestes tempos conturbados escrever é e sempre será um ato de
libertação", acrescentou.
Os elementos do júri destacaram um
pormenor do livro de Gabriela Ruivo Trindade: "as fortes personalidades
das personagens, principalmente femininas." O júri foi composto por, além
de Manuel Alegre: os escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello; o professor
da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira; o reitor do Instituto
Superior Politécnico e Universitário de Maputo, Lourenço do Rosário; a
professora da Universidade de São Paulo, Rita Chaves.
Esta foi a quinta vez que o prémio LeYa
foi atribuído (a vencedora foi anunciada em outubro do ano passado e já decorre
o concurso de 2014). Em 2008, o eleito foi o 'Rastro do Jaguar' escrito por
Murilo Carvalho e no ano seguinte venceu o romance "O Olho de
Hertzog", do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho. Em 2011, foi
distinguido o romance "O Teu Rosto Será o Último", estreia literária
do português João Ricardo Pedro e, no ano passado, o escolhido foi o português
Nuno Camarneiro, com o romance "Debaixo de Algum Céu".
Em 2010 o prémio LeYa não foi atribuído.
Segundo a editora o júri "entendeu que as obras a concurso não
correspondem à importância e ao prestígio do Prémio LeYa no âmbito das
literaturas de língua portuguesa".
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