Sebastião da Gama foi um grande amigo que passou pela minha
vida e me marcou muito.
Veio para Estremoz ainda novo, para ser professor e deixou
marca em todos os seus alunos. Todos o recordam com muita saudade.
Equanto esteve nesta cidade, pertenceu a um grupo de amigos
do qual faziam parte o meu irmão Anibal, o Vermelho, o meu marido Jacinto e Armando Carmelo, entre outros.
Muitas vezes, me
emprestou livros que depois de lidos, eu tinha que comentar com ele.
Foi das primeiras pessoas a despertarem em mim o gosto pela
poesia que ainda hoje perdura. Depois de casado para aqui veio viver. Recordo o
convite ou participação de casamento
completamente fora do que era habitual e que, ainda hoje não sei como se
extraviou.
Sebastião da Gama sofria de uma tuberculose renal que o
levou bem cedo. Estava eu, numa aula no
Magistério em Évora e tinha levado um
exemplar dos Brados do Alentejo que ainda não tinha aberto.
Enquanto a professora dava a aula e estava distraída eu abri
o jornal e logo na primeira página ao lado do retrato do meu amigo a notícia da
sua morte.
Difícil é explicar o que senti. Cairam-me as lágrimas e foi
o primeiro grande desgosto da minha vida.
Nasceu em Lisboa no
dia 10 de Abril de 1924 e faleceu no dia 7 de Fevereiro de 1952
Texto escrito por Maria Helena Alves
Academia Sénior de Estremoz
Outubro de 2012
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