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sábado, 6 de setembro de 2014

AS FÉRIAS DA MINHA VIDA

Em jovem, com os meus dez, onze anos, comecei a ter umas férias que para mim se tornaram inesquecíveis.
Os meus tios António Alves e Maria Amélia, todos os anos iam passar férias com os filhos para a Serra d'Ossa.
A partir de certa altura, eu e as minhas irmãs começámos a ir com eles. 
Calcula-se a festa, cinco raparigas e um rapaz de idades diversas, mas bastante próximas.
A minha mãe mandava uma empregada connosco para ajudar a da minha tia.
Nós passávamos lá os três meses de Verão, 
íamos no princípio das férias regressando a casa no início das aulas. Desta maneira, tínhamos uma vida de princesas, porque podíamos fazer tudo o que nos apetecesse, pois a minha tia era uma pessoa já muito para a frente, naquela época. 
Não nos proíbia de nada, de maneira que calcorreávamos tudo por aquela serra acima , conforme nos apetecia.
A nossas casa era o Convento, onde hoje é o Hotel de S. Paulo. Os nossos quartos eram as celas dos frades e não raro passavam ratos pelas nossas camas. Calcula-se então a festa que nós fazíamos quando estávamos deitadas.
Tínhamos toda a zona envolvente baptizada.
Era o Lago a que chamávamos de Mãe d'Água, a Fonte do leão, era a Fonte da Saúde e a Fonte das Lágrimas, Pontal dos Lacraus, e a telha, mais tarde Fonte da Telha.
Tomado o pequeno almoço, lá íamos nós explorar tudo em redor: era S. Gens, S. Corvalho, Monte Virgem, Aldeia da Serra... parando mais tempo num pinhal que ficava perto do Convento,  onde passávamos o resto do dia, e aonde nos levavam o almoço, só regressávamos quase à hora do jantar.
Antes de jantar , quase todas as tardes subíamos até S. Corvelha de onde vínhamos cansadíssimos e capazes de banho e devorar tudo o que nos dessem para comer. Neste  tempo, era hábito as famílias irem para a serra, de modo que tínhamos sempre amigos e conhecidos, a maior parte de Évora.
Aos Domingos, tínhamos sempre a visita dos meus primos, irmãos e outros amigos.
Nos ábados à noite, lá íamos nós todos para a aldeia da Serra onde fazíamos bailes no pátio do sr Torgal , na varanda da Josélia ao som do harmónio do Sr Galito que tocava sempre igual, era vira o disco e toca o mesmo!e também de um gramofone antigo muito ronfenho.
Quando regressávamos ao Convento, já vinha tudo cansado porque ainda é um bom esticão!
Quando chegava Setembro, eu e a minha prima Maria Odete tínhamos alguma tristeza por não assistirmos às festas de Estremoz, sonhávamos que ouvíamos os foguetes, mas depois lá passava.
Não quero dizer que não tenha passado algumas férias agradáveis com a  família de depois formei, o meu marido e os meus filhos, mas estas férias que acabo de descrever nunca me saem da cabeça.
Há uns anos atrás fui de visita ao Convento de São Paulo, hoje hotel, e fiquei encantada e muito feliz por rever alguns dos sítios onde passei as melhores férias da minha vida

Adélia Alves Rebocho

Serra com o pico mais alto a 653 metros de altitude, situada entre Estremoz e o Redondo. Possui grande variedade de plantas e animais, como, por exemplo, a planta insetívora chamada orvalho-do-sol. Apesar da imensa plantação de eucaliptos que conheceu na década de 50 e após ter ardido, em 2003, continua a ser o pulmão de vários concelhos do Alentejo. É também o local onde se encontra, desde, 1182, o Convento de São Paulo.