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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A MINHA CASA

A minha casa é o meu ninho. Penso que ela está para mim como os ninhos estão para os passarinhos. É quentinha de verão e fresquinha de inverno, mas nada que não se resolva com ar condicionado.
Quando o tempo o permite, todos os dias recebe uma visita que aparece sem ser convidada. De manhã, entra pelas janelas das traseiras e à tarde muda-se para as da frente. Entra sem ninguém lhe dar autorização, mas fico muito satisfeita a agradecer-lhe dizendo:
- Bom dia senhor sol, tenho muito prazer em que me venha visitar!
Ele também se deve sentir bem porque só abala à noitinha.
Voltando à minha casa é um apartamento com 7 divisões, contadas por alto, situado no primeiro andar. Em baixo tem ainda um quintal com algumas flores que eu trato com carinho, falando até com elas.
O meu andar faz parte de um conjunto de quatro , dois no primeiro andar e dois no rés-do-chão.
Foi mandado construir por quatro irmãos, duas irmãs e dois irmãos por volta do ano de 1960.
Foi um grande atrevimento destes quatro casais, que ainda novos se sujeitaram a uma maior despesa nos tempos em que as possibilidades materiais não eram as melhores. Mas, enfim, lá se construiu, lá foi habitado , sendo eu a última a vir para cá viver.
Sinto-me muito bem no meu ninho, pena é que o meu melhor amigo me tenha deixado só, já vai para 11 anos
Quando vou para qualquer lado, não descanso enquanto não regresso a casa.

Adélia Alves, 79 anos