OS NOSSOS ESCRITOS

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quarta-feira, 11 de junho de 2014

CAIXINHA DE ESTIMAÇÃO

CAIXINHA
Caixinha com a minha fotografia e do meu marido
Embora não seja nenhuma caixinha, mas sim uma medalha em ouro para fio e que se fecha, já foi dos meus bisavós, e dos meus avós e agora é minha.
Esta caixinha, como a minha avó lhe chamava, é muito especial, é de família e toda a família queria ficar com ela. Eram dois filhos e três filhas, vinte e dois netos, e fui eu que tive o prazer de ficar com ela. Não era a mim que a minha avó dizia que a dava,  mas sim à neta mais velha, mas quem a usava cada vez que queria era eu. A minha avó até me dizia: " Goza-te agora dela, pois um dia vou dá-la à tua prima Maria, pois ela é a neta mais velha!"
Eu, um dia, usei-a e depois não a entreguei logo. A minha avó ficou doente e o meu avô também, os dois estiveram muito mal.
O meu tio José que sempre viveu com eles, foi morar para longe. E quem foi cuidar deles fui eu. Um dia, a minha avó disse-me: " Graciete tens que trazer a caixinha!" 
Eu respondi-lhe: "Está bem avó!"
Mas o meu avô ouviu a conversa e disse:"Não, desta vez não a trazes, pois sou eu quem ta dou, tu é que a mereces; tu cuidas dos avós quando precisamos e não  a Maria. Lá por ser ela a neta mais velha, não quer dizer nada, e os meus botões de punho em ouro são para o teu tio José, é ele que sempre tem vivido com a gente, por isso sou eu que vou dizer aos outros tios e tias!"
A minha avó concordou, mas disse logo para o meu avô: " És tu quem os chamas cá para dizeres diante de todos!"
E foi assim que aconteceu. Houve uma reunião de família e o meu avô foi muito claro dizendo que quem mandava era ele e a caixinha já eu a tinha e os botões de ouro deu-os ao meu tio José. Disse: " Estão aqui os botões de ouro são teus, pois tens vivido sempre aqui com a gente!" Os outros todos se calaram, pois a palavra do meu avô era uma ordem, todos lhe tinham muito respeito .
Esta é a história da caixinha de estimação. Agora tem a minha  fotografia e a do meu marido, já teve a dos meus bisavós e a dos meus avós. Para mim esta caixinha de estimação é muito sentimental.


Junho 2014
Graciete Bolota
Proposta de trabalho: escrever sobre um objecto de estimação

A MENINA DO CAMPO

MOINHO DE AZENHA


Eu era uma menina que vivia no campo, num monte chamado das Ferrarias.
Nesse monte havia uma azenha e o pai da menina era o moleiro; talvez hoje, muita gente não saiba o que é o moleiro e uma azenha?! mas eu vou contar: 
A azenha era uma roda muito grande feita em madeira com uns alcatruzes onde a água da ribeira caía dentro e fazia movimentar a roda; essa grande roda de madeira e a água faziam movimentar mais duas rodas em pedra que esmagavam o trigo para fazer a farinha da qual se fazia o pão para nos alimentar; também esmagava centeio, cevada e milho que alimentava os animais. 
O moleiro era o senhor que regulava as sementes nas pedras para ficarem em farinha. As sementes tinham que sair sempre na mesma quantidade para não empapar.
A menina como não tinha com quem brincar, pois os irmãos eram rapazes mais velhos que não entravam nas brincadeiras dela, passava muito tempo a ver a água a cair em cima da roda de madeira e outras vezes , lá dentro do moinho, a ver a semente a ser esmagada e a farinha a sair debaixo das pedras. 
Ela ia muitas horas para a ribeira fazer lagos com as pedrinhas para segurar a água, depois apanhava os girinos que lá havia, e que naquele tempo lhe chamavam peixinhos sapos, e colocava-os nos lagos com a água e as pedrinhas. 
Hoje, essa menina está com sessenta anos, recorda com muito carinho o Monte das Ferrarias,a azenha, a ribeira e os girinos. Gostava de um dia ter netinhos para lhes contar como era feliz no campo  ao ar livre e com a natureza.

Graciete Bolota

CEREAL A SER MOÍDO NO MOINHO

O CORREDOR DA MINHA CASA



O corredor não era dentro da casa, mas sim ao sair da casa.
À porta havia um grande pátio de lajes azuis e o corredor saía desse pátio caiado de branco.
Esse espaço da casa era muito especial para mim, porque eu passava muitas horas nele.
Tinha lá lindas flores em vasos, pois as flores davam-se lá muito bem.
Todas as pessoas que me iam visitar ficavam encantadas nas flores, pois aquele lugar era como uma estufa.
Eu, no Verão, sentava-me lá a ler ou a fazer crochet porque estava lá muito fresco .
É assim que eu recordo esse corredor da casa da minha infância.

Proposta de trabalho: Os corredores da minha infância
Graciete Bolota

AS JANELAS DO MEU QUARTO



Quando eu era menina, tinha um quarto com duas janelas, que hoje recordo com carinho.
Uma das janelas era virada para a igreja da minha freguesia e dela via o sino a badalar, quando havia missa e me dava sinal para eu chegar a horas.
A minha casa era perto da igreja.
A outra janela era virada para o nascer do sol, que alumiava o meu quarto!
Nessa janela ia poisar um passarinho, todas as manhãs e eu adorava acordar com o seu chilreio que para mim  já não era um passarinho , mas sim um companheiro; eu já sentia a sua falta se algum dia ele não me visitasse. Eu punha-lhe baguinhos de trigo no parapeito da janela que ele comia e também outros  companheiros, mas aquele passarinho eu já o identificava dos outros.
É assim que recordo as janelas do meu quarto.

Proposta de trabalho: As janelas da casa da minha infância

Graciete Bolota