OS NOSSOS ESCRITOS

TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA

quarta-feira, 25 de junho de 2014

DOCE AMÉLIA


Quis fazer-te uma poesia
Lindas palavras diria
Mas não tive inspiração.
E por mais simples que fosse
O coração só me trouxe
Por ti, grande admiração.

Implorei com sentimento
Palavras vindas do vento
Pr’aquela mulher formosa.
Apesar da sua idade
Guarda ainda mocidade
E é linda como uma rosa.

Qu’importa os cabelos brancos
Olha! Não são assim tantos
E as rugas que o rosto tem.
Só tens é que ter vaidade
Pois tiveste a felicidade
De seres mulher e seres mãe.

Não tenhas pena Amelinha
De já não seres garotinha
Como ainda querias ser.
O tempo passa e não pára
E a gente nunca repara
Que a vida é água a correr.

Com amor  Lúcia Cóias

Estremoz,  25 Junho 2014

AS FÉRIAS NA ERICEIRA

Alguns anos após o 25 de Abril, deu-se o boom  do campismo. Toda a gente fazia campismo. Ia-se à Nauticampo comprar tendas e autocaravanas. A Feira era muito concorrida, havia gente por todos os lados, vendo e apreciando as tendas, casas em miniatura que nos levavam a sonhar com férias baratas,  em contacto directo com a natureza.
O Zé não estava nada entusiasmado, mas como tínhamos alguns amigos que eram uns entusiastas do campismo, lá fomos nós à Nauticampo comprar uma tenda. Vimos uma montada que era uma casa autêntica, podia-se andar lá em pé, os quartos ficavam um de cada lado da tenda e ao meio tinha uma sala, ao fundo era o quarto dos meus pais!
Levámos aquela. Nem nos preocupámos em saber se a conseguiríamos montar!!? Lá fomos nós, felizes e contentes carregados com dois sacos enormes, um da tenda e o outro dos ferros!
Os nossos amigos iam montar a tenda no Parque de Campismo da Ericeira, que tinha sido inaugurado há muito pouco tempo, e nós também fomos com eles. O Parque abria no dia 1 de Junho e podíamos montar lá as tendas até Setembro. Assim fizemos durante 4 anos. Montávamos a tenda e só a tirávamos de lá no final de Agosto ou  Setembro.
Escolhíamos um local próximo dos balneários, e fazíamos uma “aldeia” com as tendas à volta e um terreiro no centro, onde passávamos a maior parte do tempo. Chegámos a ter lá 5 tendas. O meu pai fez uma espécie de portão para se entrar e por cima pôs um letreiro, Aldeia dos Felizardos, ou lá como era... já não me consigo lembrar do nome. O curioso é que os outros campistas respeitavam aquela entrada e ninguém passava por ali. Estávamos completamente isolados do resto dos campistas.
Os nossos amigos tinham filhos da mesma idade das minhas filhas, assim a Vina e o Américo tinham o Paulo e a Sandra, os Teixeiras tinham a Nani, a Vera e o João Pedro, o Tó e a Cândida tinham o João Carlos e o André ( mais pequeninos) . Íamos todos os fins de semana para o campismo e o mês de Agosto era todo lá passado. Amigos e familiares iavisitar-nos, alguns levavam tendas pequenas e ficavam lá alguns dias.Quando decidíamos fazer caldeirada ou sardinhada ou febras grelhadas era para todos. Logo pela manhã, muito cedo íamos à praça da Ericeira e comprávamos o que precisávamos. Na Ericeira aproveitávamos para beber café e comer as célebres “parras” do Salvador, ficávamos ali sentados na esplanada, lendo o jornal e aproveitando o tempo que ainda tínhamos  para depois irmos para o Parque de Campismo. As manhãs muito frescas, o cacimbo da manhã, o cheiro do mar a maresia, o cheiro dos pinheiros criavam um ambiente muito muito agradável.
Íamos a pé, para a praia que fica mesmo em frente do Parque, era uma praia pequena, rodeada  de grandes rochas e com um mar bastante agitado. Não era vigiada, nem tinha bar. Dizíamos que era uma praia selvagem. Era frequentada pelos campistas, por isso tinha muito pouca gente. Não tínhamos medo do mar, as miúdas nadavam o tempo todo, brincavam todos juntos, estávamos felizes.
Como ficávamos no Parque de Campismo muitos meses, todos os fins de semana levávamos alguma coisa que nos estava a fazer lá falta, frigorifico, carpete para o chão da tenda, cadeiras de campismo, televisão, rádio, etc. etc. ... íamos equipando a tenda com tudo aquilo que nós precisávamos.
Passámos momentos muito agradáveis, de verdadeiro convívio e amizade, muito bem dispostos, muito tranquilos. Os meus pais adoravam ir para lá. A minha mãe ia num autocarro de Benfica para a Ericeira, para ficar lá mais tempo, nós íamos buscá-la à Ericeira e depois o meu pai vinha ao fim de semana. Os meus cunhados também eram visitas frequentes. O meu tio Zé Varela e a família ficaram lá uns dias e adoraram aquele convívio.
Os miúdos, os sete e mais alguns que apareciam aos fins de semana, adoravam a brincadeira. Andavam sempre muito bem dispostos, a brincar pelo parque e a andar de bicicleta. A Marta era a mais pequenina, mas todos tinham muita paciência para ela e levavam o tempo todo na brincadeira. À tarde, voltávamos a ir para a praia ou vestíamos as nossas roupas de verão e íamos passear à Ericiera.
Como  éramos muitos, nunca fazíamos refeições às horas dos outros campistas. Quando acabávamos de almoçar ou jantar, já os outros campistas estavam a passear ou a descansar.
Lembro-me da hora de lavar a louça nos lava-louças do parque. Arranjámos uma caixas de plástico da fruta, muito  grandes e aí escorríamos a louça. Eu e a minha mãe pagávamos, uma  de cada lado e lá íamos nós lavar a louça, era uma alegria. Tínhamos os lava-louças por nossa conta, falávamos alto, brincávamos, ríamos. Tudo era uma brincadeira, tudo era divertido, nada nos aborrecia.
Num fim de semana, houve uma enorme  trovoada, seguida de chuva torrencial. Estávamos com medo que chovesse dentro da tenda, mas felizmente isso não aconteceu na nossa tenda. Muitas tendas do parque ficaram completamente inundadas, os colchões a “nadar” dentro das tendas, mas a nossa portou-se muito bem. Tínhamos uma cozinha de campismo, onde cozinhávamos e onde estava o frigorífico. A água corria em regos largos com muitas agulhas dos pinheiros e paus. Entrou pelo motor do frigorífico que ficou completamente tapado com tanta coisa. Pensámos que o frigorífico não ia mais trabalhar, mas não, retirámos a lama, as agulhas dos pinheiros, deixámos secar e no dia seguinte lá estava ele a trabalhar com toda a força. Era o frigorífico que eu tinha levado no meu casamento, era um Hoover, muito resistente e forte, como já não se fabricam, que comprei através do meu tio Jacinto.
Quando chegava a hora de desmontar aquilo tudo, era um quebracabeças. O meu pai tinha uma Ford Transit que ia duas vezes a nossa casa, carregadíssima com tudo o que nós tínhamos vindo a trazer a pouco e pouco.
Eu e o Zé desmontávamos a tenda, o que era um trabalho complicadíssimo, pois a tenda era muito alta e o pano da tenda era enorme. Ficávamos estafados e o Zé que nunca teve jeito para bricolage, arranjava sempre uma enorme dor de cabeça, de tanto cansaço e tanto enervamento.
Durante o inverno, as nossas conversas giravam a volta daqueles meses passados no campismo. Lembrávamos cenas e situações caricatas e divertidas que nos tinham acontecido. Os miúdos falavam com saudade das brincadeiras ao ar livre, da praia e do campismo. No ano seguinte lá estávamos nós outra vez...



Zuzu Baleiro Junho 2014

EM SILÊNCIO

Gosto do silêncio
Faz-me bem.
Em silêncio
escuto a tua voz.
Em silêncio
ouço um pássaro cantar.
Em silêncio
escuto o vento.
Em silêncio
ouço o pensamento
E saboreio palavras que não digo a ninguém.
Em silêncio
escuto os passos da gente que passa.
Em silêncio
ouço a chuva na vidraça.
Em silêncio
olho o mar.
Em silêncio
na tristeza e na alegria.
Em silêncio
Na chegada e na partida.
Em silêncio
cai a noite.
Em silêncio
Nasce o dia.
Em silêncio
passa a vida.

Manuela Fidalgo Marques
Junho 2014

O PUCARINHO

 Não é fácil escrever sobre objectos de estimação, porque ligado a cada um deles, vêm sempre situações dolorosas que se foram rolando ao longo do tempo e não me apetece nada remexer em tudo isso.
Vou, por isso, escolher um púcaro de alumínio, já cheio de amolgadelas, mas que me remete para tempos felizes, sem nunvens.
Associado a ele está a figura da minha tia Palmira que foi um farol na minha infância.
Era cheia de imaginação, sempre a inventar coisas para a criançada – eu, o meu irmão e os filhos dela ( três raparigas e um rapaz ).
Como todos nós eramos franzinos,  “descobriu” que beber leite de burra seria o remédio ideal para de “fraquitos” nos tornarmos em crianças robustas. E pôs o plano em prática: descobriu uma horta no campo, mas não muito longe das nossas casas, onde havia uma burra e cuja dona concordou em nos receber.
E lá íamos, de manhã muito cedo, cada um com o seu pucarinho, beber o milagroso leite de burra. Punhamos o pucarinho junto da teta da burra e a dona ordenhava.
Bebíamos directamente da fonte para não haver contaminações. Beber o leite não era agradável, mas o passeio estrada fora, as brincadeiras, o ar puro, as flores que apanhávamos , os vegetais que trazíamos da horta para serem cozinhados, tudo isso era uma fonte de alegria para nós...
Os passeios para irmos beber o leite terminaram, já não me lembro porquê, mas o pucarinho ainda hoje me recorda esses dias felizes e despreocupados.

Estremoz, Junho 2014


Aura Simões

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sozinho, na multidão

Sozinho, na multidão
Que me escorraça, vil
Luxando anéis na mão
A mão com que me empurra
E tapa o meu odor…
Para não sentir na alma
O bafo da minha dor
Que dentro de mim sussurra

Sozinho, na multidão
Eu que tudo dei de mim
Acalentei nos meus braços
Gentes sem beira nem pão;
Protegi até ao fim
Quem primeiro viu meus passos;
E estendi o meu manto
A quem dele precisou;
Limpei lágrimas de pranto
Pranto que eu hoje sou

Sozinho na multidão
Cheio de fome com pão
Cheio de sede com água
Morrendo na solidão
Que trago sempre comigo
A alma cheia de mágoa
Por ninguém me dar a mão
Ou um abraço amigo:
Aquele chi-coração

Georgina Ferro

Despir este corpo, envelhecido

Despir este corpo, envelhecido
Quem me dera a mim, mãe, ser capaz
Vesti-lo depois, rejuvenescido,
Pernas ágeis, fortes e olhar sagaz
O corpo em que eu tinha vivido
Há tantos, e tão poucos anos, atrás
É que este meu corpo, tão usado,
Não que me desgoste o seu aspecto,
Gorducho, engelhado e pesado
Que se sente bem, quedado quieto,
E mal o obrigo a um esforço
Range, dói e dobra-se pelo dorso
Pois, este não me quer acompanhar
E eu preciso de correr, saltar…
Queria escancarar a janela
Saltar cá para fora por ela,
Correr descalça sobre a papoila
Sobre o lírio de tinta lilás
Como dantes fazia, em moçoila,
Mas, neste corpo, já não sou capaz!
Porque não percorrer este jardim
Que a Natura brotou para mim?
Nadar no rio de Céu espelhado
Saltar as sebes de pedra cinzenta
Correr atrás dum cavalinho alado
Sujar os pés na argila magenta
Porque não tenho eu, um corpo assim?
A imagem que vejo reflectida
No lago espelhado do jardim
Não tem a energia e a vida
Que eu preciso e sinto em mim
Georgina Ferro


QUERER BEM...

Querer bem é guardar na memória, 
Uma doce lembrança de alguém;
 É rememorar aquela história 
Que nos fez sorrir e sonhar também
 Querer bem é recordar ainda
 Um olhar terno que se partilha 
Criando uma imagem linda 
Tesouro, jóia ou maravilha 
Arrecadada com emoção
 Cá dentro do nosso coração 
Querer bem é lembrar qualquer momento 
É aquela fé nunca desmentida 
De se trazer alguém no pensamento 
Para tornar a vida divertida.
 Querer bem é desejar felicidade 
A quem tanto carinho nos tem dado
 Com a sua quase fraternal amizade 
Como faz um amigo de verdade! 
Esperar, por voltar a ver alguém
 A avançar connosco na idade 
Sabendo de antemão que não vem.
 É uma ansiedade sentida 
Que a gente não conta a ninguém
 Mas guardamos com dorida saudade
 Querer bem é amar quem nos magoa. 
É melodia do céu que dentro da alma soa. 



Poema de Gina  Ferro

CAVALEIRO ANDANTE

Porque sou o cavaleiro andante
Que mora no teu livro de aventuras
Podes vir chorar no meu peito
As mágoas e as desventuras
Sempre que o vento te ralhe
E a chuva de maio te molhe
Sempre que o teu barco encalhe
E a vida passe e não te olhe
Porque sou o cavaleiro andante
Que o teu velho medo inventou
Podes vir chorar no meu peito
Pois sabes sempre onde estou
Sempre que a rádio diga
Que a américa roubou a lua
Ou que um louco te persiga
E te chame nomes na rua
Porque sou o que chega e conta
Mentiras que te fazem feliz
E tu vibras com histórias
De viagens que eu nunca fiz
Podes vir chorar no meu peito
Longe de tudo o que é mau
Que eu vou estar sempre ao teu lado
No meu cavalo de pau


Poema Carlos T cantada por Rui Veloso

OS ANOS DA TINA

A Tina fez anos. A Aura Simões, a Manuela Fidalgo Marques, a Maria Helena Falcato Alves, a Adélia Alves, a Felismina Trindade, a Lúcia Cóias, a Graciete Bolota, a São Sebastião, a Eglantina ( a aniversariante) e eu fomos, depois da aula de Poesia e Contos,  festejar os anos para o Monte da Felismina.
A mesa estava posta com imensas iguarias, boas e deliciosas. Bebeu-se chá, cerveja, comeu-se  salgados, doces e o bolo de anos. Todas estávamos muito bem dispostas e divertidas.
A Felismina tinha uma tigela cheia de ovos de gansa. À despedida deu um ovo a cada uma de nós.
Assim, aqui estamos todas com o nosso "ovinho" na mão.




POEMA


Tenho uma gata
castanha
que a minha neta 
me deu .
Tem uns olhinhos azuis
tal qual a cor dos meus .
Brinca 
com tudo que apanha 
rói tudo que aparece
e....sempre na brincadeira 
a gata, 
também arranha.
Gosta de colo
sobretudo ao serão 
e com um ar ternurento 
vai lambendo a minha mão .
A gata
veio "emprestada "
passar o fim de semana 
mas.....
pelo sim pelo não
Veio .........
e com ela veio a cama .
e....estando a gata 
Feliz 
como diz a minha neta 
o fim de semana 
agora ....

Já é PENSÃO COMPLETA 

Maria Manuela Fidalgo Marques
12 junho 2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

RAINHA SANTA

RAINHA SANTA ISABEL


Ó minha terra bendita
Cada vez estás mais bonita
Estremoz que nos encanta
E vou dizer sem receio
Que o meu maior enleio
Foi esta Rainha Santa


Regaço cheio de rosas
Que aquelas mãos formosas
Com tanta arte as moldou
Lembrando essa lenda antigas
Que foi milagre há quem diga
O santo pão transformou

Com o teu manto real 
Maravilha sem igual
És o símbolo de bondade
Vem espalhar as tuas rosas 
Cheias de bênçãos ditosas
Pela nossa linda cidade


Lúcia Cóias


A CEIFEIRA

CEIFEIRA


Mote
Ceifeira do coração
Quem te fez assim tão bela
Com amor ceifas o pão
Em cada espiga singela

I
Sais da charneca a cantar
E ao som da tua canção
Ceifando o trigo que é pão
Não vês o tempo a passar
ceifas até ao luar
É a tua condição
Sempre de foice na mão
Matas à noite os desejos
De quem te abraça com beijos
ceifeira do coração 

II
Tens a face tão morena
Nunca percas essa cor
Se julgas que é do calor
Não chores não tenhas pena
És trigueirinha e pequena
És mais linda que uma estrela
Tens mais brilho do que ela
E os teus olhos são risonhos
Ó ceifeira dos meus sonhos
Quem te fez assim tão bela

III
Ceifeira do Alentejo
Trabalhando ao sol ardente
Pareces sempre contente
tristeza nunca te vejo
Quem me dera dar-te um beijo
Com grande satisfação
mais outro e depois então
Com carinho e com ardor
Mesmo à força do calor
Com amor ceifas o pão

IV
Teu avental engraçado
Que a qualquer moço enleia
bordado à luz da candeia
De florinhas enfeitado
Com teu cantar magoado
Nessa boca de donzela
Olhas a seara amarela
Do trigo que é um tesouro
Grãos que significam ouro
Em cada espiga singela

SENHORA DA CONCEIÇÃO

Senhora da Conceição


Mote
Senhora da Conceição
teus olhos são claridade
Amamos-te com paixão
Protege a nossa cidade

I

Mãos erguidas junto ao peito
Como estando em oração
Tinha nas mãos um cordão
quem Te moldou desse jeito
mereces o nosso preito
Padroeira da Nação
Modelo de perfeição
Por todos És adorada
Por seres tão pura És chamada
Senhora da Conceição


II
Teu manto de lindas cores
Tem tal encanto e beleza
Simboliza a realeza
Digna de tantos louvores
Todos Te pedem favores
Gente de qualquer idade
Com Tua simples bondade
Os vais transmitindo a Deus
Do altar Olhando os Céus
Teus olhos são claridade

III

Do alto da Tua ermida
Do Teu lindo pedestal
Livras-nos de todo o mal
E Dás-nos sempre guarida
Vem alegrar nossa vida
Vem dar-nos trabalho e pão
Terás sempre gratidão
desta gente alentejana
E porque És nossa Soberana
Amamos-te com paixão 

IV

De Estremoz És Padroeira
Rainha de Portugal
Com teu jeito maternal
Faz-nos vencer a barreira
P'ra que a Tua gente obreira
possa ver na realidade
Património da Humanidade
Obras de lenda e encanto
E com o Teu divino manto
Protege a nossa Cidade


Lúcia Cóias
Concurso de Décimas para a Exposição dos Bonecos de Estremoz

PRIMAVERA

PRIMAVERA

Mote

Há perfumes de mil flores
Por toda a parte espalhadas
Primavera dos Amores
Doce rainha das fadas

I
As árvores já estão floridas
Nos jardins e nos pomares
E até nos nossos lares
Há primaveras garridas
Tão lindas tão coloridas
Dignas de grandes louvores
E há promessas de amores
mesmo há luz dos pirilampos
E nos nossos lindos campos há
Perfumes de mil flores

II

O teu rosto Primavera
Com esse lindo sorriso
É visão do paraíso
à luz de um sol de quimera
Ser como tu quem me dera
Com tuas faces rosadas
Lembras mouras encantadas
Dos tempos que já lá vão
E tuas imagens já estão
Por toda a parte espalhadas

III
Símbolo da Felicidade
Da Juventude e da Esperança
Pareces uma criança
Cheia de encanto e vaidade
Toda tu és mocidade
Com teu arquinho de flores
A maior entre as maiores
Tão bonita e tão prendada
Todo o ano és desejada
Primavera dos Amores

IV
Tu és a mais graciosa
Dos bonecos de Estremoz
Nas faces pões pó-de-arroz
E o vestido é cor-de-rosa
A tua boca formosa
Tem cantigas de alvoradas
Cheira a rosas perfumadas
Ó Primavera florida
Vem invadir-nos de vida
Doce rainha das fadas

Lúcia Cóias
Concurso de Décimas para a Exposição dos Bonecos de Estremoz

O AMOR É CEGO

O AMOR É CEGO

Mote
Quem diz que o amor é cego
Tem razão em o dizer
Em Estremoz eu não o nego
"Que ele é lindo de morrer"

I
Com tuas plumas reais
E o teu vasinho de flores
Ceguinho dos meus amores
És mais lindo entre os demais
Eu não me esqueço jamais
a verdade não renego
Que és o desassossego
Dos Bonecos de Estremoz
E que nunca cale a voz
Quem diz que o Amor é cego

II
Teu vestidinho amarelo
Que mãos de artista te fez
É certo que o não vês
Podes crer que é o mais belo
Também vives no castelo
E o nosso maior prazer
Que o mundo vás percorrer
E quando alguém diz com firmeza
Que és a nossa maior riqueza
Tem razão em o dizer 

III
A barra do teu vestido
É azul da cor do céu
Quem dera fosses só meu
Ó lindo e terno cupido
Com todo o teu colorido
És a felicidade e aconchego
Meu amor lá por seres cego
Eu não te queria dizer
Que tens vaidade em o ser
Em Estremoz eu não o nego

IV
Feito por grandes artistas
Tens um porte delicado
Por seres de barro e pintado
Por mãos sábias barristas
És vaidoso dás nas vistas
A quantos te querem ver
Ninguém mais te vai esquecer
Comigo vão concordar
E doidamente afirmar
"Que ele é lindo de morrer"

Lúcia Cóias
Concurso de Décimas para a Exposição dos Bonecos de Estremoz





ENTRE TANTAS OUTRAS, ESTA É UMA DAS MELHORES RECORDAÇÕES

Onze de Dezembro. A mãe fazia anos.
Os dois lindos filhotes, Paulo Jorge e Maria Cristina resolveram comprar uma linda prenda.
Lá foram ao mealheiro da Cristina que era quem sempre tinha algumas reservas do dinheiro que lhe davam, pois o Paulo estava sempre sem cheta, visto que todo o dinheiro que arranjava era para comprar livros do Tio Patinhas e outras bandas desenhadas que devorava avidamente, mesmo mal sabendo ler ainda. 
A Cristininha emprestava sempre, ou melhor, emprestadava, pois o Paulo nunca conseguia saldar a dívida.
Quando a mãe foi para o trabalho, com a conivência do pai, lá foram os dois petizes de mão dada percorrer todas as lojas até encontrarem o que queriam.
Sem que a mãe desse por isso, o pai escondeu o embrulho no carro.
Foi com enorme ansiedade que esperaram a hora do jantar para se cantarem os parabéns e apagar as velas que eram acesas sei lá quantas vezes!!
Sorrateiramente, as duas crianças foram buscar a prenda que estava escondida de baixo da cama do Paulo. Com alegria esfuziante e no meio de tantos beijos e abraços, ofereceram o presente à mãe dizendo: 
- " Mamã, aqui tens a tua prenda de anos! desculpa de ser pequenina, mas não tínhamos mais dinheiro!" 
Eles é que desfizeram o embrulho, rasgando o papel a toda a pressa. O que seria então o presente? Uma cadelinha com dois cachorrinhos de um plástico qualquer, e diz a Cristina que foi sempre mais tagarela que o irmão: - " Mamã, esta és tu e estes dois cãezinhos sou eu e o mano!" 
Foi uma alegria inolvidável que se viveu nesse momento!
Os três cãezinhos tiveram logo lugar de honra lá em casa onde permaneceram perto de quarenta anos. É uma vida, não é?
Agora, já comidos pelo tempo e por tantas festas de que foram alvo pelas duas crianças, estão guardados religiosamente dentro de uma gaveta. Mas, hoje, tiveram o privilégio de ver a luz do dia para assistirem à aula de Poesia e Conto da professora Zuzu.
Hei-los aqui.
 A PRENDA DE ANOS
Aqueles ternos e doces momentos, jamais sairão da memória de quem aqui com enorme saudade, vos contou esta linda história.


Proposta de trabalho: escrever sobre um objecto de estimação

11 Junho 2014

Lúcia Cóias



CAIXINHA DE ESTIMAÇÃO

CAIXINHA
Caixinha com a minha fotografia e do meu marido
Embora não seja nenhuma caixinha, mas sim uma medalha em ouro para fio e que se fecha, já foi dos meus bisavós, e dos meus avós e agora é minha.
Esta caixinha, como a minha avó lhe chamava, é muito especial, é de família e toda a família queria ficar com ela. Eram dois filhos e três filhas, vinte e dois netos, e fui eu que tive o prazer de ficar com ela. Não era a mim que a minha avó dizia que a dava,  mas sim à neta mais velha, mas quem a usava cada vez que queria era eu. A minha avó até me dizia: " Goza-te agora dela, pois um dia vou dá-la à tua prima Maria, pois ela é a neta mais velha!"
Eu, um dia, usei-a e depois não a entreguei logo. A minha avó ficou doente e o meu avô também, os dois estiveram muito mal.
O meu tio José que sempre viveu com eles, foi morar para longe. E quem foi cuidar deles fui eu. Um dia, a minha avó disse-me: " Graciete tens que trazer a caixinha!" 
Eu respondi-lhe: "Está bem avó!"
Mas o meu avô ouviu a conversa e disse:"Não, desta vez não a trazes, pois sou eu quem ta dou, tu é que a mereces; tu cuidas dos avós quando precisamos e não  a Maria. Lá por ser ela a neta mais velha, não quer dizer nada, e os meus botões de punho em ouro são para o teu tio José, é ele que sempre tem vivido com a gente, por isso sou eu que vou dizer aos outros tios e tias!"
A minha avó concordou, mas disse logo para o meu avô: " És tu quem os chamas cá para dizeres diante de todos!"
E foi assim que aconteceu. Houve uma reunião de família e o meu avô foi muito claro dizendo que quem mandava era ele e a caixinha já eu a tinha e os botões de ouro deu-os ao meu tio José. Disse: " Estão aqui os botões de ouro são teus, pois tens vivido sempre aqui com a gente!" Os outros todos se calaram, pois a palavra do meu avô era uma ordem, todos lhe tinham muito respeito .
Esta é a história da caixinha de estimação. Agora tem a minha  fotografia e a do meu marido, já teve a dos meus bisavós e a dos meus avós. Para mim esta caixinha de estimação é muito sentimental.


Junho 2014
Graciete Bolota
Proposta de trabalho: escrever sobre um objecto de estimação

A MENINA DO CAMPO

MOINHO DE AZENHA


Eu era uma menina que vivia no campo, num monte chamado das Ferrarias.
Nesse monte havia uma azenha e o pai da menina era o moleiro; talvez hoje, muita gente não saiba o que é o moleiro e uma azenha?! mas eu vou contar: 
A azenha era uma roda muito grande feita em madeira com uns alcatruzes onde a água da ribeira caía dentro e fazia movimentar a roda; essa grande roda de madeira e a água faziam movimentar mais duas rodas em pedra que esmagavam o trigo para fazer a farinha da qual se fazia o pão para nos alimentar; também esmagava centeio, cevada e milho que alimentava os animais. 
O moleiro era o senhor que regulava as sementes nas pedras para ficarem em farinha. As sementes tinham que sair sempre na mesma quantidade para não empapar.
A menina como não tinha com quem brincar, pois os irmãos eram rapazes mais velhos que não entravam nas brincadeiras dela, passava muito tempo a ver a água a cair em cima da roda de madeira e outras vezes , lá dentro do moinho, a ver a semente a ser esmagada e a farinha a sair debaixo das pedras. 
Ela ia muitas horas para a ribeira fazer lagos com as pedrinhas para segurar a água, depois apanhava os girinos que lá havia, e que naquele tempo lhe chamavam peixinhos sapos, e colocava-os nos lagos com a água e as pedrinhas. 
Hoje, essa menina está com sessenta anos, recorda com muito carinho o Monte das Ferrarias,a azenha, a ribeira e os girinos. Gostava de um dia ter netinhos para lhes contar como era feliz no campo  ao ar livre e com a natureza.

Graciete Bolota

CEREAL A SER MOÍDO NO MOINHO

O CORREDOR DA MINHA CASA



O corredor não era dentro da casa, mas sim ao sair da casa.
À porta havia um grande pátio de lajes azuis e o corredor saía desse pátio caiado de branco.
Esse espaço da casa era muito especial para mim, porque eu passava muitas horas nele.
Tinha lá lindas flores em vasos, pois as flores davam-se lá muito bem.
Todas as pessoas que me iam visitar ficavam encantadas nas flores, pois aquele lugar era como uma estufa.
Eu, no Verão, sentava-me lá a ler ou a fazer crochet porque estava lá muito fresco .
É assim que eu recordo esse corredor da casa da minha infância.

Proposta de trabalho: Os corredores da minha infância
Graciete Bolota

AS JANELAS DO MEU QUARTO



Quando eu era menina, tinha um quarto com duas janelas, que hoje recordo com carinho.
Uma das janelas era virada para a igreja da minha freguesia e dela via o sino a badalar, quando havia missa e me dava sinal para eu chegar a horas.
A minha casa era perto da igreja.
A outra janela era virada para o nascer do sol, que alumiava o meu quarto!
Nessa janela ia poisar um passarinho, todas as manhãs e eu adorava acordar com o seu chilreio que para mim  já não era um passarinho , mas sim um companheiro; eu já sentia a sua falta se algum dia ele não me visitasse. Eu punha-lhe baguinhos de trigo no parapeito da janela que ele comia e também outros  companheiros, mas aquele passarinho eu já o identificava dos outros.
É assim que recordo as janelas do meu quarto.

Proposta de trabalho: As janelas da casa da minha infância

Graciete Bolota

OS SÁBADOS PELA MANHÃ

MERCADO DE ESTREMOZ - DESENHO DE LUIS ANÇÃ

Aos sábados a nossa praça
Conserva inda aquela graça
Gente a vender e a comprar,
Alguns de rostos tristonhos
Mas aqueles mais risonhos
Só vão p'ra regatear.

Ponha a fruta mais em conta,
Não vê que assim não encontra
alguém que a queira levar?
Os morangos têm defeitos
não os vê quase desfeitos?
Ninguém os pode tragar!

Na barraca das farturas
São sempre as mesmas torturas
Filas fartas de esperar
Dê-me a vez oh vizinho
Qu'ê só quero um bocadinho
p'ró cafezinho tomar!!

Tem graça que ainda há alguém
Que veste o melhor que tem
Como era tradição 
O sapatinho mais fino
A mala mais o cestinho
P'ra ir dar ao lambarão

Mas há muitas senhorinhas
Todas muito aprumadinhas
Provando aqui e além.
Não tomaram o cafézinho
Mas lá um belo almocinho
No papo elas já têm!!!


JUNHO 2014

LÚCIA CÓIAS

O XAILE DA MINHA AVÓ

Este xaile feito à mão
Foi minha Mãe quem mo deu
XAILE DE PÊLO DE CABRA
Usou-o a minha avó
Agora ... uso-o eu

Teceu-o a minha avó
Nas tardes de soalheira
Outras vezes ao serão
Ao calor d'uma lareira

Feito de pêlo de cabra
Este xaile bem quentinho
Minha  Mãe também o usou
Guardo-o com muito carinho

Junho 2014
Maria manuela Fidalgo Marques

Proposta de trabalho: escrever sobre um objecto de estimação

DIA DA ÁRVORE

Nesta tarde radiosa
Eu quis plantar uma Rosa
Que há muito eu desejei
Mas plantei um alecrim
Uma oliveira e um jasmim
Com isso me contentei

Mulheres, homens e crianças
Encheram a Mata de Esperanças
Plantando árvores singelas
E foi assim festejado
Este dia abençoado
Das árvores que são tão belas

Tudo ali era harmonia
Em cada rosto alegria
Ao cavar a terra dura
Que cada gotinha de água
Venha sarar uma mágoas
De quem ali deu ternura

Com este gesto tão nobre
A Mata ficou menos pobre
E haverá mais felicidades
Amemos as árvores então
Lembremo-nos de que elas são
O pulmão da Humanidade.



22/Março/2014 ( dia seguinte ao Dia da Árvore)

Lúcia Cóias

A AULA DA ZUZU

À quarta- feira
A meio do dia
De toda a maneira
Se ouve poesia!

Chegar atrasada
Mostrar alegria
E escrever uma quadra
Isto é poesia!

Ouvir ler um conto
Com grande empatia
Pôr vírgula e ponto
É compor poesia!

Mostrar o cachecol
Que fez a Maria
Admirar o Sol
Pode ser poesia!

Trazer um cházinho
Mas que simpatia!
Fazer um bolinho
Que bela poesia

Falar-se do tempo
Que viveu um dia
Ler um pensamento
É linda poesia

Puxar a cadeira
P'ró pé da Maria
É uma maneira
De se ouvir poesia

Arrastar os pés
Pode ser mania
Mas de quando em vez
Ela faz poesia

Não somos patetas
Temos valentia
Sem sermos poetas
Fazemos poesia

Se ninguém viesse
Algures um dia
E a Zuzu dissesse:
" JÁ NÃO HÁ POESIA!!"


26/03/2014
Lúcia Cóias

BOLO DE MERENGUE COM NOZES

7 claras
350g de açúcar
250g de miolo de noz
1/2 pacote de bolacha Maria
1c. chá farinha maizena

Bater as claras com o açúcar, juntar as nozes e a bolacha partida, juntar a maizena, envolver tudo.
Vai ao forno em forma forrada com papel vegetal. Vai a cozer muito lentamente.



BOM PROVEITO!!

FELISMINA TRINDADE

DIA DOS NAMORADOS

Vem a Estremoz meu amor
Encanto dos olhos meus
E abraça-me com calor
P'ra beijar os lábios teus

Não te vás embora ainda
Fica, dá-me mais um beijo
Em Estremoz cidade linda
Do meu querido Alentejo

Vem comigo festejar
O dia dos Namorados
Em Estremoz vamos ficar
P'ra todo o sempre ligados

Eu queria cantar um fado
Que pena, não tenho voz
Dou-te um beijo de bom grado
Na cidade de Estremoz

Oh! que momento tão belo
Meu amor, minha riqueza
Anda comigo ao Castelo
Namoramos com certeza

Fui a Estremoz em passeio
Achei-lhe graça tamanha
Meu barquinho de recreio
Contigo andei no Gadanha

Fica em Estremoz meu amor
Cidade que nos encanta
Nela viveu e morreu
A nossa Rainha Santa

Deste-me o teu coração
Em troca eu dei-te o meu
Foi grande a nossa paixão
Em Estremoz levei-te ao Céu

Tenho-te amor acredita
Não sejas tão fatalista
Em Estremoz cidade linda
Tu foste a minha conquista.


14 Fevereiro de 2014

Lúcia Cóias

QUADRAS

As quadras que vou fazer
Foram pensadas na cama
Fui para o duche a correr
Não fosse apagar-se a chama

Muito obrigada  Zuzu
Pelo incentivo que me deste
Por me teres posto a escrever
Embora isto nada preste

Quando é lançado o tema
Eu penso: Não vou fazer!!
Para acabar com o dilema
Ponho-me logo a escrever.

Eu já fazia umas rimas
Com versos de pé quebrado
Agora a escrever prosa
pouco me tinha dedicado.

E já estou preocupada
Com esta fúria a escrever
Sem cultura em Portugal
P´ro estrangeiro irei viver.

A GRANDE PERDA

A nossa casa, meu amor, a nossa casa
ficou ali, tão só e abandonada,
Como a ave que ao voar perdeu a asa
Assim me sinto eu desamparada

Parece que foi ontem, meu amor
No silêncio da santa noite estrelada
À tua espera com carinho e ardor
Que eu sentia os teus passos à chegada

De mãos dadas tu e eu tão pobrezinhos
Mas cá a riqueza de termos dois filhinhos
Dia a dia lá fomos labutando

Tão curto foi o caminho percorrido
Perdi-te para sempre meu querido
E agora vou sozinha mendigando

Poema escrito no Dia dos Namorados de 2014)
Lúcia Cóias


VISITA À EXPOSIÇÃO DE ISABEL ZAMITH

Gostei de tudo o que vi, mas mais de uns de que de outros; tirando da lista, o da ceifeira que não tinha a mais leve semelhança com as alentejanas.
Sinceramente, a minha preferência vai para todos os quadros que representam a nossa paisagem alentejana, principalmente, os que mostram os campos coloridos pela Natureza, os que mostram alguns montes ainda longínquos e alguns recantos de outros.
Enquanto frequentei ( por pouco tempo ) um curso de pintura, o meu interesse ia sempre para os montes alentejanos, e quando acabava de pintar um, lá estava eu a pintar um quadro com o mesmo tema.
Não há coisa mais linda que a planície alentejana na estação da primavera , com os seus diversos verdes salpicados do vermelho das papoilas, amarelo e branco dos malmequeres, lilás dos lírios e muitas outras cores.
Quem viaja pelo Alentejo nesta estação pode admirar os mais lindos quadros vivos que se podem imaginar. Se eu continuasse a pintar dedicar-me-ia à paisagem alentejana, que sempre me tem encantado.

Adélia Alves