OS NOSSOS ESCRITOS

TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sozinho, na multidão

Sozinho, na multidão
Que me escorraça, vil
Luxando anéis na mão
A mão com que me empurra
E tapa o meu odor…
Para não sentir na alma
O bafo da minha dor
Que dentro de mim sussurra

Sozinho, na multidão
Eu que tudo dei de mim
Acalentei nos meus braços
Gentes sem beira nem pão;
Protegi até ao fim
Quem primeiro viu meus passos;
E estendi o meu manto
A quem dele precisou;
Limpei lágrimas de pranto
Pranto que eu hoje sou

Sozinho na multidão
Cheio de fome com pão
Cheio de sede com água
Morrendo na solidão
Que trago sempre comigo
A alma cheia de mágoa
Por ninguém me dar a mão
Ou um abraço amigo:
Aquele chi-coração

Georgina Ferro

Despir este corpo, envelhecido

Despir este corpo, envelhecido
Quem me dera a mim, mãe, ser capaz
Vesti-lo depois, rejuvenescido,
Pernas ágeis, fortes e olhar sagaz
O corpo em que eu tinha vivido
Há tantos, e tão poucos anos, atrás
É que este meu corpo, tão usado,
Não que me desgoste o seu aspecto,
Gorducho, engelhado e pesado
Que se sente bem, quedado quieto,
E mal o obrigo a um esforço
Range, dói e dobra-se pelo dorso
Pois, este não me quer acompanhar
E eu preciso de correr, saltar…
Queria escancarar a janela
Saltar cá para fora por ela,
Correr descalça sobre a papoila
Sobre o lírio de tinta lilás
Como dantes fazia, em moçoila,
Mas, neste corpo, já não sou capaz!
Porque não percorrer este jardim
Que a Natura brotou para mim?
Nadar no rio de Céu espelhado
Saltar as sebes de pedra cinzenta
Correr atrás dum cavalinho alado
Sujar os pés na argila magenta
Porque não tenho eu, um corpo assim?
A imagem que vejo reflectida
No lago espelhado do jardim
Não tem a energia e a vida
Que eu preciso e sinto em mim
Georgina Ferro


QUERER BEM...

Querer bem é guardar na memória, 
Uma doce lembrança de alguém;
 É rememorar aquela história 
Que nos fez sorrir e sonhar também
 Querer bem é recordar ainda
 Um olhar terno que se partilha 
Criando uma imagem linda 
Tesouro, jóia ou maravilha 
Arrecadada com emoção
 Cá dentro do nosso coração 
Querer bem é lembrar qualquer momento 
É aquela fé nunca desmentida 
De se trazer alguém no pensamento 
Para tornar a vida divertida.
 Querer bem é desejar felicidade 
A quem tanto carinho nos tem dado
 Com a sua quase fraternal amizade 
Como faz um amigo de verdade! 
Esperar, por voltar a ver alguém
 A avançar connosco na idade 
Sabendo de antemão que não vem.
 É uma ansiedade sentida 
Que a gente não conta a ninguém
 Mas guardamos com dorida saudade
 Querer bem é amar quem nos magoa. 
É melodia do céu que dentro da alma soa. 



Poema de Gina  Ferro

CAVALEIRO ANDANTE

Porque sou o cavaleiro andante
Que mora no teu livro de aventuras
Podes vir chorar no meu peito
As mágoas e as desventuras
Sempre que o vento te ralhe
E a chuva de maio te molhe
Sempre que o teu barco encalhe
E a vida passe e não te olhe
Porque sou o cavaleiro andante
Que o teu velho medo inventou
Podes vir chorar no meu peito
Pois sabes sempre onde estou
Sempre que a rádio diga
Que a américa roubou a lua
Ou que um louco te persiga
E te chame nomes na rua
Porque sou o que chega e conta
Mentiras que te fazem feliz
E tu vibras com histórias
De viagens que eu nunca fiz
Podes vir chorar no meu peito
Longe de tudo o que é mau
Que eu vou estar sempre ao teu lado
No meu cavalo de pau


Poema Carlos T cantada por Rui Veloso

OS ANOS DA TINA

A Tina fez anos. A Aura Simões, a Manuela Fidalgo Marques, a Maria Helena Falcato Alves, a Adélia Alves, a Felismina Trindade, a Lúcia Cóias, a Graciete Bolota, a São Sebastião, a Eglantina ( a aniversariante) e eu fomos, depois da aula de Poesia e Contos,  festejar os anos para o Monte da Felismina.
A mesa estava posta com imensas iguarias, boas e deliciosas. Bebeu-se chá, cerveja, comeu-se  salgados, doces e o bolo de anos. Todas estávamos muito bem dispostas e divertidas.
A Felismina tinha uma tigela cheia de ovos de gansa. À despedida deu um ovo a cada uma de nós.
Assim, aqui estamos todas com o nosso "ovinho" na mão.




POEMA


Tenho uma gata
castanha
que a minha neta 
me deu .
Tem uns olhinhos azuis
tal qual a cor dos meus .
Brinca 
com tudo que apanha 
rói tudo que aparece
e....sempre na brincadeira 
a gata, 
também arranha.
Gosta de colo
sobretudo ao serão 
e com um ar ternurento 
vai lambendo a minha mão .
A gata
veio "emprestada "
passar o fim de semana 
mas.....
pelo sim pelo não
Veio .........
e com ela veio a cama .
e....estando a gata 
Feliz 
como diz a minha neta 
o fim de semana 
agora ....

Já é PENSÃO COMPLETA 

Maria Manuela Fidalgo Marques
12 junho 2014