OS NOSSOS ESCRITOS

TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA

sábado, 5 de março de 2016

CARTA DE UM AVÔ PARA A SUA FILHA

Olha que incrível a carta que um avô escreveu para sua filha, quando ela expulsou o filho de casa! Não vamos explicar muito, porque a carta diz tudo:
Cara Christine,
Você me desapontou como filha. Você está certa sobre termos uma “vergonha na família”, mas errou sobre qual.
Expulsar seu filho de sua casa simplesmente porque ele disse a você que era gay é a verdadeira “abominação”. Uma mãe abandonar o filho é que “é contra a natureza”.
A única coisa inteligente que ouvi você dizer sobre tudo isso é que “não criou seu filho para ser gay”. Claro que não criou. Ele nasceu assim e escolheu isso tanto quanto escolheu ser canhoto. Você, entretanto, fez a escolha de ser ofensiva, mente-fechada e retrógrada.  Então, já que esse é um momento de abandonarmos filhos, acho que chegou a hora de dizer adeus a você. Sei que tenho um fabuloso (como os gays dizem) neto para criar e não tenho tempo para uma filha que é uma vadia sem coração.
Se encontrar o seu coração, ligue pra gente.
-Papai
You go, gramps!
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O AVÔ E O NETO

A gravura tinha um rapaz e um homem mais velho sentados em amena conversa com um semblante muito alegre.
Sem mesmo ver a gravura escrevi isto muito à pressa durante a hora de almoço para entregar na aula da Zuzu:

-Nem calculas como fiquei contente por te conseguir encontrar! Foi talvez melhor que me ter saído a sorte grande!
-Também eu avô ! Deixou-me era eu ainda um gaiato e nunca mais tivemos notícias suas.
-Sabes lá a minha vida! Saí daqui como já deves saber porque não me conseguia         governar. O lavrador que algumas vezes me deu trabalho tratava-nos pior que escravos. Ainda o sol não tinha despontado já lá estávamos a trabalhar no duro e só com uma pequena pausa para comer umas sopas que sonhavam com o azeite. Depois novamente ao trabalho até que o sol desaparecesse no horizonte e já não conseguíssemos fazer mais nada.
-Isso era na herdade do D. João, não era? A minha mãe falava-me muito nele e da maneira como a explorava a ela e a todas as companheiras.
Mas porque é que nunca mais nos disse nada?
-Quando daqui fui a minha vida também não foi um mar de rosas. Penei e corri muito até endireitar a minha vida. Tinha vergonha que na aldeia soubessem o que eu estava passando.
-Ó avô, o que nós queríamos era saber de si. Até pensámos se não teria morrido.
-Credo filho! Felizmente não foi esse o caso.
-Então porque não dava notícias?
-olha, quando consegui endireitar a minha vida escrevi várias cartas mas todas foram devolvidas. Assim passou algum tempo até que, já muito apoquentado resolvi escrever para a ti Zefa do Caco, que me   o que fora feito de vocês que nunca mais tinha tido notícias.
-Mas então porque é que ela não nos disse nada?
-Ó filho, o meu desgosto quando ela me mandou dizer da morte da tua mãe!
-Calculo. Tanto que o avô gostava dela!
-Se gostava! Ela foi a filha que nunca tive. Vi-a nascer e nesse mesmo
 dia ficar sem a mãe que morreu de parto . Acontecia muito naqueles tempos. Ajudei como pude na sua criação e ela pagou com amor o amor que eu lhe tinha.
Quando tu nasceste foste o meu primeiro e único neto.
-Já eu andava na escola quando os gaiatos me disseram que o avô não era o meu avô verdadeiro. Tive cá um desgosto! Fugi da aula e só me apanharam já era noite com toda a aldeia à minha busca.
-Mas a Zefa também me disse que tu tinhas tinhas saído para o estrangeiro e nunca mais souberam de ti.
Foi-me impossível encontrar-te e Deus sabe o que sofri.
- Tenho muita pena avô, mas também eu me vi obrigado como muitos dos meus colegas de curso a sair do país.
Foi uma alegria enorme, quando aqui cheguei depois de tanto anos por fora, saber que o avô tinha regressado à aldeia. Corri logo para aqui para lhe dar aquele abraço apertado tanto tempo adiado!

Maria Helena Alves

quarta-feira, 2 de março de 2016

O ANJINHO

A Zuzu esteve doente e só voltou às aulas na quarta feira  dia   10 de fevereiro               
Todos os anos costuma trazer-nos uma prendinha depois do Natal. Sempre a conheci assim, amiga de dar prendas mesmo sem motivo especial. Cumprindo a tradição trouxe para cada uma um lindo anjinho prateado . Todos eles tocavam um instrumento musical. O meu tocava flauta, mas havia os que tocavam violino, violoncelo, harpa e sei lá que mais. O que sei é que todos eles tocando seria uma orquestra celestial só digna mesmo de anjos do céu (perdoe-se a redundância)..'
O meu já lá está pendurado no meu cantinho mas, não sei se por se sentir só, não me dá música, pelo menos que eu ouça...

MILENA FALCATO

2 março biblioteca da escola

O ANJINHO





O Natal já passou
Uma prenda chegou
Um Anjinho pairou
Quando a ZUZU mo doou

Toca violino
Bem pequenino
Rosto sorrindo
Fica bem lindo

Ali dependurado
Cor prateado
Rosto elevado
Fica guardado

Natal vai chegar
Ele não pode tocar
Mas vai alegrar
Na àrvore pendurar
A ZUZU lembrar
Um beijo lhe vou dar

Ana Maria Troncho

O CHARLOT


Olhei e o que vi ?  Charlot maior que uma Cidade! Bem alto! Em cima  de uma pilha de livros.
Lá longe os arranha-céus  e o mar.
O seu perfil não engana, e os livros que estavam debaixo dos seus pés, apenas o elevavam; pois ele chegou bem alto contando histórias! sem falar, ou seja lendo sem ler; pois no seu tempo muito poucos liam livros, pelo menos em Portugal, viam cinema ao ar livre e percebiam a história só com os gestos. 
Ou seja ele próprio era um livro aberto! sabia ler sem livros, mas já os tinha lido antes, para os poder interpretar com tanta clareza! talvez a pilha de livros que estava debaixo de seus pés,fossem tantos quantos filmes ele protagonizou.
Eu ainda vi alguns, bem miúda e ao ar livre, mas pagava dez tostões se os queria ver. 
O meu sogro que se fosse vivo teria 106 anos poucos viu, mas lembrava-se bem do Charlot, era dos Portugueses que apenas aprendeu a  desenhar o nome dele. Por isso adorava ouvir ler e contar histórias, também contava algumas, mas verdadeiras e tristes.
Mas sorria se lhe falávamos no Charlot

Ana Maria Troncho  16 Fevereiro de 2016

sábado, 30 de janeiro de 2016

ONDE NÃO FALTA VONTADE, EXISTE SEMPRE UM CAMINHO


A ENTREVISTA
Quando o despertador tocou, Maria sentiu-se ainda mais constipada, o nariz completamente entúpido, a garganta a arranhar e a doer, a tosse insistia a incomodá-la, apalpou a testa e sentiu-a um pouco quente, estava com febre certamente; não lhe apetecia nem  mexer-se nem sair do quentinho da cama. Fechou os olhos e sentiu-se ali tão confortável. Como arranjar coragem para se levantar? 
Estava há poucos meses no jornal, e até agora não lhe tinham dado quaisquer reportagens, nem entrevistas que merecessem a pena. Sentia-se até um pouco desmotivada, mas ela sabia como o mercado de trabalho estava dificil. Sabia que tinha que ter paciência, não mostrar insatisfação nem enfado, porque se o director percebesse que ela não estava satisfeita, imediatamente a substituíria por outra jornalista. Tinha tantos colegas no desemprego, a entregar e a enviar Curriculum Vitae para todas as redações de jornais, revistas,  rádio ou televisão.
Hoje, que precisava de estar a cem por cento, pois tinha uma entrevista marcada com a actriz principal da telenovela que maior êxito estava a ter na TV, logo hoje, sentia-se mesmo doente! a cabeça pesadíssima não a deixava sequer encontrar uma saída. 
Ficara de se encontrar com o fotógrafo, por volta das 10 horas, no café mais próximo da casa da actiz.
Sentiu as lágrimas a correrem-lhe pelos cantos dos olhos, molhando-lhe as orelhas e a almofada. Meu Deus! que fazer? Não podia telefonar para a redacção, pois não iam acreditar. Não tinha o telemóvel do fotógrafo, que nunca se tinha mostrado muito simpático com ela.
Fechou os olhos, na cama estava-se tão bem!
Os minutos pareciam que galopavam... já tinha passado meia-hora! 
Arranjou coragem, levantou-se a cambalear, e dirigiu-se para a casa de banho. Pôs a água do duche a correr e entrou na cabine cheia de vapor  e deixou-se ficar debaixo da água tépida um bom bocado... saiu da cabine, vestiu o roupão e viu-se ao espelho...estava com uma cara de meter medo... umas olheiras fundas e escuras... 
Dirigiu-se à cozinha, fez um chá de limão, gengibre e mel e pegou na caneca com ambas as mãos para sentir o quentinho do chá; tomou dois comprimidos e ficou na cozinha sentada à espera de se sentir melhor. E na verdade, começou a sentir a cabeça menos pesada, o nariz menos congestionado e a garganta mais aliviada. 
Vestiu-se, pintou-se o melhor que pôde, e quando olhou para o relógio já só tinha três quartos de hora para ir ter com o fotógrafo. Esperava que o trânsito estivesse fluído e que não houvesse engarrafamentos. 
Maria tirou o carro da garagem, respirou fundo, procurou uma pastilha para a garganta e começou a dirigir-se calmamente para o café  onde o fotógrafo a esperava, perto da casa da actriz
Maria chegou ao café a horas, pediu um galão bem quente e meia torrada, o fotografo até se mostrou mais simpático do que habitualmente. 
Olhou-a e disse-lhe: "Maria tu estás com uma constipação terrível!"
Maria sorriu-lhe, pegou no copo do galão com ambas as mãos e assentiu com a cabeça.
Disse: - "Sabes, esta entrevista é muito importante para a minha promoção na redacção, por isso nunca podia deixar de vir!"
"ONDE NÃO FALTA VONTADE, EXISTE SEMPRE UM CAMINHO" TOLKIEN CITADO POR RITA BULHOSA IN  AOS OLHOS DA RITA

ONDE NÃO FALTA VONTADE, EXISTE SEMPRE UM CAMINHO

Percorrer esse caminho
Com força e dedicação
Não falta amor e carinho
Dentro desse coração

Essa vontade existe
digna de admiração
Grande força que persiste
Não tem comparação

Apenas quinze anitos
Nem posso acreditar
Esta lição de vida
Que nos estás a dar

Esse sorriso tão lindo
Que nos faz cativar
És linda e divertida
E gostas de trabalhar

Este é o primeiro livro
Dos muitos que irás escrever
Estarei sempre contigo
Para me deliciar a ler

Contigo.Aprender.
A sorrir.A viver. 
A compreender. 
E a agradecer

Ana Maria Troncho