OS NOSSOS ESCRITOS

TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O MENINO JESUS BRINCANDO

         Oh meu Jesus adorado
Fecha os teus olhos divinos
Num soninho descansado;
Que a não sermos tu e eu
Todo a gente do povoado,
Desde os velhos aos meninos,
Há muito que adormeceu.

E o Menino Jesus não se dormia ...

Dorme, dorme, dorme agora
(Cantava a Virgem Maria)
Que mal assomou a aurora,
Sentei-me junto ao tear
E por todo o dia fora,
Até que já se não via,
Não deixei de trabalhar!

Mais triste, mais abatida,
Pedia a Virgem Maria:
Tem pena da minha vida,
Que se a quero é para ti...
Vida aflita e dolorida!
Só por ti a viveria
Tão longe de onde nasci!...

E o Menino Jesus não se dormia…


E o Menino Jesus não se dormia…
Tornava Nossa Senhora,
Numa voz mais consumida:
Dorme, dorme, dorme agora
E que eu descance também,
Porque mesmo adormecida
Vela sempre, a toda a hora,
No meu peito, o amor de mãe.

E o Menino Jesus não se dormia…

Numa voz mais fatigada,
Tornava a Virgem Maria:
Dorme pombinha nevada,
Dorme, dorme, dorme bem ...
Vê que está quase apagada
A frouxa luz da bugia,
E a voz da Virgem volveu:
Repara no meu olhar,
Vê como ele entristeceu...
Dorme, dorme, dorme bem,
Oh alvo lírio do céu!
Olha que estou a chorar,
       — Tem pena da tua mãe!

Nosso Senhor, então, adormeceu …

Do pouco azeite que tem.

E o Menino Jesus não se dormia…

Rogava Nossa Senhora:
Modera a tua alegria ...
Não deites a roupa fora
Do teu leito pequenino ...
Não rias mais. Dorme agora
E brincarás todo o dia ...
Dorme, dorme, meu menino.

E o Menino Jesus não se dormia…




Poema de Augusto Gil  (1916)












SEBASTIÃO DA GAMA



Sebastião da Gama foi um grande amigo que passou pela minha vida e me marcou muito.
Veio para Estremoz ainda novo, para ser professor e deixou marca em todos os seus alunos. Todos o recordam com muita saudade.
Equanto esteve nesta cidade, pertenceu a um grupo de amigos do qual faziam parte o meu irmão Anibal, o Vermelho, o meu marido Jacinto  e Armando Carmelo, entre outros.
Muitas vezes,  me emprestou livros que depois de lidos, eu tinha que comentar com ele.
Foi das primeiras pessoas a despertarem em mim o gosto pela poesia que ainda hoje perdura. Depois de casado para aqui veio viver. Recordo o convite ou participação de casamento  completamente fora do que era habitual e que, ainda hoje não sei como se extraviou.
Sebastião da Gama sofria de uma tuberculose renal que o levou bem cedo.  Estava eu, numa aula no Magistério  em Évora e tinha levado um exemplar dos Brados do Alentejo que ainda não tinha aberto.
Enquanto a professora dava a aula e estava distraída eu abri o jornal e logo na primeira página ao lado do retrato do meu amigo a notícia da sua morte.
Difícil é explicar o que senti. Cairam-me as lágrimas e foi o primeiro grande desgosto da minha vida.

Nasceu em Lisboa no dia 10 de Abril de 1924 e faleceu no dia 7 de Fevereiro de 1952
Texto escrito por Maria Helena Alves   
Academia Sénior de Estremoz   Outubro de 2012

COMO CONHECI O POETA SEBASTIÃO DA GAMA

Era ainda jovenzinha
Sentada na cadeirinha
Frente à janela com grades
Tristonha ou a chorar
Tinha que isolada estar
Naquela cela dos frades

Com o seu cachecol ao pescoço
Aquele poeta moço
Era um lírico a falar
Tinha palavras tão belas
Parecia falar para as estrelas
E eu comovida a escutar

Que não se esqueça ninguém
Do homem que aqui e além
Escreveu tão lindas poesias
Tão cedo a noite ceifou
A vida que nos deixou
Saudades e alegrias

Olhos fitos na sacada
Às vezes ainda fechada
Que para o laranjal dava
Esperava vê-lo chegar
Para as suas aulas dar
Aos alunos que ele amava

Pássaros  cantai baixinho
Deixai-me ouvir o divino
Chilreai mais em segredo
Não tarda nada é já hora
Do professo ir embora
E da noite eu já tenho medo

Disciplina Poesia e contos
Poema elaborado por Lúcia Cóias
Estremoz 25 de Outubro de 2012




Sobre Sebastião da Gama que direi?



Digo que foi um grande homem, um homem com H grande. Além do homem, foi um grande professor e um grande poeta que vivia um grande amor pela sua Luísa.
Levou a maior parte dos seus alunos a admirá-lo. Deixou a muitos uma grande herança – o amor pela leitura e pela escrita.
A sua faceta de muito popular e de “ conquistador” entre aspas, também era muito conhecida. Nas ruas era vê-lo, aos sábados , nos mercados a comprar raminhos de violetas para oferecer às meninas.
Vou contar uma “história” passada com ele: Sebastião da Gama frequentava a casa das minhas primas Maria Odete e Maria Inácia, esta era muito bonita. A certa altura, numa destas visitas disse: - “ As filhas são bonitas, mas a mãe mete-as num sapato!”
Há muitos anos, li algumas obras suas, mas agora, depois de termos lido e ouvido alguns dos seus poemas nas aulas, fiquei com muita vontade de voltar a lê-las.
Partiu cedo, mas incompreensivelmente os bons são sempre os primeiros a deixar-nos!
Adélia Falcato Alves
Academia Sénior de Estremoz, 20 de Outubro de 2012


O NOSSO NATAL



6
É Dezembro! Cai a chuva.
Gosto do bater nos vidros
O Inverno está a chegar,
Desponta em mim os sentidos!
Com seu fato vermelho
E o saco cheio de prendas
Passa pelo mundo inteiro
A distribuir oferendas.
7
A lareira está acesa
Com suas brasas vermelhas
Mas ao espreitar pela janela
O céu está cheio de estrelas.
A nossa mesa está posta
E a família reunida;
As crianças andam loucas
Todas numa corrida.
3 – SÃO
8 - SÃO
O Natal já chegou
Oiço os sinos a tocar
E as estrelas no Céu
São os anjos a dançar!
Correm para ver as prendas
Junto da árvore brilhante,
Que faz lembrar aquela estrela
Tâo bonita e tão distante.
4
9
Faz frio. Há passos na rua
E alguma solidariedade
Que os sinos vão tocando
Para dar a novidade.
É uma época feliz
Todos andam animados,
Só os pobres dos perús
Continuam chateados!

10 
Os sinos tocam ao longe
Uma música d’encantar,
É o Pai Natal que chega
Com as prendas para dar.
Desejamos tudo de bom
Tenham paz e harmonia.
Um Natal muito bom
E o Ano Novo cheio de Alegria!

ACADEMIA SÉNIOR DE ESTREMOZ
Aula de POESIA E CONTOS   NATAL 2012
VERSOS FEITOS POR :  EGLANTINA

BALANÇO DO 1º PERÍODO

Neste 1º período trabalhámos poesias de Sebastião da Gama. Traba´hámos um conto tradicional der Macau, muito interessante, e que deu oportunidade para falarmos de hábitos e costumes culturais de outras regiões do mundo. Algumas das alunas escreveram textos sobre este poeta consagrado e que serão aqui postados em breve.
Na festa de Natal que decorreu no Pavilhão Gimnodesportivo de Estremoz um grupo de alunas e eu, dissemos três ou quatro poesias em jeito de jograis. O som era péssimo e o barulho e a acústica do pavilhão não ajudaram a que a maior parte dos assistentes, idosos de todas as freguesias do concelho, assim como de Estremoz, que estavam mais interessados no almoço do que a ouvir-nos,  e por isso tivemos a decepção de não termos sido ouvidas por quase ninguém. Não foi muito agradável essa situação, mas a nossa intenção em divulgar a poesia essa ficou ali patente. 
Também tinhamos uma mesa na exposição de trabalhos da Academia com os poemas de Sebastião da Gama e os trabalhos realizados pelas alunas emoldurados em molduras coloridas, mas que penso muito pouca gente leu.....