OS NOSSOS ESCRITOS

TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS ELABORADOS PELAS ALUNAS DA DISCIPLINA
POESIA ELABORADA PELAS ALUNAS
POESIA, CONTOS E OUTROS TEXTOS TRABALHADOS NA AULA

sábado, 25 de janeiro de 2014

A JANELA DA MINHA VIDA

Quando eu era adolescente vivia numa quinta, com uma casa grande e tinha uma janela que era a minha preferida.
De lá tudo via: o pomar com as mais variadas árvores, a horta cheia de verde, o regato da água, onde os patos nadavam em fila como uma coluna militar, as galinhas a debicar, os cavalos a beber no chafariz, os pássaros a cantar be bum lindo jardim cheio de rosas e as mais variadas flores.
Mas o que eu mais gostava era da roseira ao pé da janela, com rosas cor de fogo e com um perfume que nunca mais encontrei noutra flor.
Tenho saudades desta janela, onde em noites de luar, também ouvia o belo canto do rouxinol. E tudo isto ao som da água corrente e cristalina da fonte.
Aquela janela era o meu mundo de paz e serenidade, ensinando-me a perceber como a natureza é bela.

ESTREMOZ CIDADE BELA

Estremoz é terra bela
De uma beleza sem par
Estremoz  enquanto puder
Sempre te hei-de cantar

1 - Nasceste num tremoceiro
Mas nasceste com amor
Tiveste a Rainha Santa
E D. Dinis, o Lavrador

ESTREMOZ
2- Tiveste o Silva Tavares
Que foi poeta, trovador
Tiveste o Tomás Alcaide
Que foi um grande tenor

3- Tens um belo Pelourinho
Que está no meio d'uma praça
Tens um belo jardim
E a Torre das Couraças

4- As tuas ruas estreitas
Estão no meio da muralha
Ó Estremoz, terra de encantos
Aos teus filhos nunca falhas

5-O Rossio Marquês de Pombal
É a sala de visitas
Tens o Lago do Gadanha
E a bela Fonte das Bicas

6- Tens umas lindas igrejas
Que são belos monumentos
E um castelo altaneiro
Que é abraçado pelos ventos

Eglantina 2011 Academia Sénior de Estremoz, Aula de Poesia e Contos

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O MEU SONHO DE VOAR

1-  Sonhei que era uma ave e voei                                                    
E vi um mundo tão belo                                                                              
Fiquei cansada e pousei                                                                          
Num girassol amarelo

2-   Fui ao Norte e vi o Douro
Com os seus barcos à vela
Deslizei dentro de um deles
E vi uma paisagem bela
 
3 - Vim voando para Sul
E cheguei até Lisboa
Vi os seus monumentos
  E continuei à toa
            
4-Também vi as vinhas verdes                                                                  
Como se fossem um prado                                                                      
Encontrei umas praias lindas                                                                          
E os golfinhos do Sado                                                                          

  5- Quando cheguei ao Alentejo
Quis construir o meu ninho
Gostei muito dos sobreiros
   E do trigo bem lourinho


6 - Vi os lírios do campo
  E os ribeiros cristalinos
Ouvi o cantar das aves
     E os risos dos meninos

7 - Continuei a voar                                        
Cada vez mais para Sul                              
Vi o nosso belo  mar                                          
Como um miosótis azul                              

  8-Já não pude voar mais
 O espaço tinha acabado
   Eu queria ser gaivota
Para andar no mar ondulado


 9 - Quando me senti cansada
  Voltei então ao meu ninho
Fui descansando no loureiro
E também no rosmaninho

Eglantina   Março 2011


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

far far away: Café do Cristiano

far far away: Café do Cristiano: Boas tardes. Entre, menina, entre. Sim, viu logo pelo nome, não foi? O quê? Passa aqui todos os dias e nunca tinha visto este café? Deve an...

A FESTA DE ANIVERSÁRIO DO CHINITA


O Chinita com o cão da residência
Durante a visita ao Museu conhecemos  os utentes da Cerci. Todos eles muito meigos, muito simpáticos e criou-se entres eles e o grupo da Academia uma verdadeira camaradagem. Soubemos que o Chinita fazia anos no sábado e assim resolvemos ir fazer uma festa de aniversário, surpresa, ao Lar Residência da Cerciestremoz, onde vive o Chinita.  A Tina fez o bolo e todas levámos uma prenda. Chegámos ao Lar Residência e todos estavam à nossa espera, com uma linda mesa posta e assim lanchámos em alegre e franca camaradagem.
Cantámos os parabéns; o Chinita apagou as velas e todos comemos do bolo de ananás que estava uma delícia.
No final da festa, a Lúcia vestiu as suas roupas de artista e representou e cantou para todos nós os versos e as cantigas que tão bem sabe fazer.
Eram já 17.30h quando saímos de lá, muito felizes e contentes por sermos tão bem recebidas pelos utentes e pela direcção da Cerci.

Recebemos este mail do Engº Jorge Canhoto que muito nos alegrou e comoveu:
Boa tarde
Em primeiro lugar quero agradecer a disponibilidade para, numa tarde de sábado, terem proporcionado ao José Chinita uma festa de aniversário inesquecível. Na segunda-feira fui “obrigado” por ele a ter de o acompanhar, pelas diferentes valência da Cerciestremoz, para que ele contassem a festa de aniversário “à maneira” que lhe tinham proporcionado.
Para mim e para a instituição são sempre um prazer estes momentos de convívio e de realização de atividades comuns. Momentos como estes só podem acontecer em virtude da vossa disponibilidade e do excelente trabalho que a Dr.ª Maria José Mira tem desenvolvido na Academia Sénior de Estremoz.
Gostaria de reiterar o agradecimento pela disponibilidade e pelo envio das fotos que colocaremos no facebook, se tal nos autorizar.
Pela parte da Cerciestremoz estaremos sempre abertos a novas iniciativas conjuntas e que achem que possam ser benéficas para todos os intervenientes.

Um grande beijo de agradecimento.
Jorge Canhoto
A Lúcia a cantar e a representar "As pulgas"

A Lúcia a representar "A menina envergonhada"
O Chinita muito contente
A animação do grupo



quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

VISITA AO MUSEU MILITAR DE ELVAS

Na 5ªfeira, dia 9 de Janeiro a Academia Sénior de Estremoz e a CerciEstremoz foram convidados para uma visita de estudo ao Museu Militar de Elvas. Às 10 horas da manhã, o grupo de senhoras + um senhor da Academia acompanhados pela Drª Maria Mira, esperava o autocarro da Cerci.
 Passado um pouco chegou o autocarro e quando entrámos fomos logo muito bem recebidos pelos utentes da Cerci. Chegados a Elvas, fomos recebidos pelo Tenente-coronel que se apresentou como sendo o nosso guia. Começámos a visita às diversas salas do Museu  que se prolongou até à hora do almoço. Depois do almoço, visitámos os estábulos com lindos e belos cavalos e depois continuámos a visita sempre com a orientação do sr. tenente-coronel, que se mostrou sempre muito bem disposto e muito atento a todo o grupo. Já passavam das 16 horas quando finalizámos a visita. Aprendemos muito nesta visita, pois o Museu é muito interessante  No site http://www.lifecooler.com/artigo/passear/museu-militar-do-forte-de-santa-luzia/391645/ pode-se ler: Com o objectivo de preservar a importância militar da cidade de Elvas, as antigas instalações do Regimento de Infantaria nº 8 foram reconvertidas neste museu de cariz nacional. O antigo Convento de S. Domingos e os Quartéis do Casarão albergam agora parte do acervo museológico do Exército português, num total de 640 peças que se dividem por três temas: Serviço de Saúde, Viaturas (tácticas e blindadas) e Hipomóveis e Arreios. Uma cozinha de campanha do início do século XX, uma mesa de operação de ortopedia e o primeiro carro de combate do país são algumas das peças que aqui podem ser vistas.
Também o site http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-museu-militar-do-forte-de-santa-luzia-20170 refere: Localizado no bonito Forte de Santa Luzia, em Elvas, o Museu Militar está instalado em seis núcleos no interior do Forte, mais concretamente nas antigas casamatas, abordando a importância militar da cidade ao longo dos tempos. 
O Museu apresenta uma exposição permanente, maioritariamente destinada ao público juvenil, que alberga peças de artilharia e militares, armamento bem como outros equipamentos multimédia que melhor demonstram toda a história bélica e militar de Elvas e a sua importância. 
Património inegável da cidade de Elvas, uma localidade militar por excelência, o Museu Militar do Forte de Santa Luzia tem ao dispor visitas guiadas tanto pelo interior como pelo exterior do museu.

No site do próprio Museu  http://www.operacional.pt/museu-militar-de-elvas/  encontramos uma detalhada explicação do mesmo assim como belíssimas fotografias que ilustram bem qual a razão de termos gostado tanto de o visitar. 
O grupo descendo a ladeira para começarmos a visita

Chinita, Comandante da Unidade de Elvas e director da CerciEstremoz Eng. Jorge Canhoto

O grupo muito animado Chinita em primeiro plano

O INEM dos campos de batalha


O grupo ouvindo as explicações do guia

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

LITANIA PARA O NATAL DE 1967

David Mourão-Ferreira


Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
num sótão num porão numa cave inundada 
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
dentro de um foguetão reduzido a sucata 
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
numa casa de Hanói ontem bombardeada

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
num presépio de lama e de sangue e de cisco 
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
para ter amanhã a suspeita que existe 
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
tem no ano dois mil a idade de Cristo

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
vê-lo-emos depois de chicote no templo 
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
e anda já um terror no látego do vento 
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 
para nos pedir contas do nosso tempo

David Mourão-Ferreira

ELEGIA DE NATAL

Era também de noite Era também Dezembro
Vieram dizer-me que o meu irmão nascera
Já não sei afinal se o recordo ou se penso
que estou a recordá-lo à força de o dizerem

Mas o teu berço foi o primeiro presépio
em que pouco depois o meu olhar pousava
Não era mais real do que existirem prédios
nem menos irreal do que haver madrugadas

Dezembro retornava e nunca soube ao certo
se o intruso era eu se o intrus eras tu
Quase aceitava até que alguém te supusesse
mais do que meu irmão um gémeo de Jesus

Para ti se encenava o palco da surpresa
Entravas no papel de que eu ia descrendo
Mas sabia-me bem salvar a tua crença
E era sempre de noite Era sempre em Dezembro

Entretanto em que mês em que dia é que estamos
Que verdete corrói prédios e madrugadas
De que muro retiro o musgo desses anos
que entre os dedos depois se me desfaz em água

Para onde levaste a criança que foste
Em vez da tua voz que ciprestes são estes
Como dizer Natal se te não vejo hoje
Como dizer Natal agora que morreste

David Mourão-Ferreira

SONETO

E por vezes as noites duram meses
David Mourão-Ferreira
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos. E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira

LADAÍNHA DOS PÓSTUMOS NATAIS

David Mourão-Ferreira

Há-de vir um Natal e será o primeiro
Em que se veja à mesa o meu lugar vazio

Há-de vir um Natal e será o primeiro
Em que hão-de me lembrar de modo menos nítido


Há-de vir um Natal e será o primeiro
Em que só uma voz me evoque a sós consigo


Há-de vir um Natal e será o primeiro
Em que não viva já ninguém meu conhecido


Há-de vir um Natal e será o primeiro
Em que nem vivo esteja um verso deste livro


Há-de vir um Natal e será o primeiro
Em que terei o Nada a sós comigo


Há-de vir um Natal e será o primeiro
Em que nem o Natal terá qualquer sentido

Há-de vir um Natal e será o primeiro

Em que o Nada retome a cor do infinito