CAIXINHA |
Caixinha com a minha fotografia e do meu marido |
Esta caixinha, como a minha avó lhe chamava, é muito especial, é de família e toda a família queria ficar com ela. Eram dois filhos e três filhas, vinte e dois netos, e fui eu que tive o prazer de ficar com ela. Não era a mim que a minha avó dizia que a dava, mas sim à neta mais velha, mas quem a usava cada vez que queria era eu. A minha avó até me dizia: " Goza-te agora dela, pois um dia vou dá-la à tua prima Maria, pois ela é a neta mais velha!"
Eu, um dia, usei-a e depois não a entreguei logo. A minha avó ficou doente e o meu avô também, os dois estiveram muito mal.
O meu tio José que sempre viveu com eles, foi morar para longe. E quem foi cuidar deles fui eu. Um dia, a minha avó disse-me: " Graciete tens que trazer a caixinha!"
Eu respondi-lhe: "Está bem avó!"
Mas o meu avô ouviu a conversa e disse:"Não, desta vez não a trazes, pois sou eu quem ta dou, tu é que a mereces; tu cuidas dos avós quando precisamos e não a Maria. Lá por ser ela a neta mais velha, não quer dizer nada, e os meus botões de punho em ouro são para o teu tio José, é ele que sempre tem vivido com a gente, por isso sou eu que vou dizer aos outros tios e tias!"
A minha avó concordou, mas disse logo para o meu avô: " És tu quem os chamas cá para dizeres diante de todos!"
E foi assim que aconteceu. Houve uma reunião de família e o meu avô foi muito claro dizendo que quem mandava era ele e a caixinha já eu a tinha e os botões de ouro deu-os ao meu tio José. Disse: " Estão aqui os botões de ouro são teus, pois tens vivido sempre aqui com a gente!" Os outros todos se calaram, pois a palavra do meu avô era uma ordem, todos lhe tinham muito respeito .
Esta é a história da caixinha de estimação. Agora tem a minha fotografia e a do meu marido, já teve a dos meus bisavós e a dos meus avós. Para mim esta caixinha de estimação é muito sentimental.
Junho 2014
Graciete Bolota
Proposta de trabalho: escrever sobre um objecto de estimação
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